Em 2023, as administrações públicas financiaram os bancos em 3,9 mil milhões de euros, sobretudo através da amortização de títulos de dívida pública que se encontravam em carteira destas instituições. A informação chegou pelo Banco de Portugal na nota de informação estatística de dezembro de 2023.
Em 2023, as administrações públicas financiaram os bancos em 3,9 mil milhões de euros, sobretudo através da amortização de títulos de dívida pública que se encontravam em carteira destas instituições. A informação chegou pelo Banco de Portugal na nota de informação estatística de dezembro de 2023.
Recorde-se que os maiores bancos portugueses e as seguradoras venderam dívida pública ao Estado até ao fim do ano passado a pedido do Agência de Gestão da Tesouraria e da Dívida Pública (IGCP). A compra desta dívida à banca serviu para o Estado baixar o rácio de dívida pública sobre o PIB abaixo dos 100%. A dívida pública portuguesa baixou para os 98,7% do PIB (Produto Interno Bruto) em 2023, de acordo com os dados revelados pelo BdP.
Hoje, na nota estatística o Banco de Portugal diz que o financiamento das administrações públicas foi de -10,3 mil milhões de euros, depois dos 3,7 mil milhões de euros registados em 2022. “Um financiamento líquido negativo indica que as administrações públicas utilizaram parte dos fundos obtidos para financiar outros setores da economia”, explica o BdP.
O banco central revela que as administrações públicas financiaram o exterior, em 14,0 mil milhões de euros, através da amortização de títulos de dívida pública portuguesa detidos por não residentes e da aquisição de títulos emitidos por não residentes, designadamente, pelos fundos de segurança social e que “em simultâneo, financiaram os bancos, em 3,9 mil milhões de euros, sobretudo através da amortização de títulos de dívida pública que se encontravam em carteira destas instituições”, lê-se na nota.
“Em contrapartida, os outros setores residentes, com destaque para as famílias, financiaram as administrações públicas em 7,6 mil milhões de euros, sobretudo através da aquisição de certificados de aforro”, acrescenta o BdP.
Uma análise por instrumento mostra que o financiamento acumulado através de emissões líquidas de títulos foi negativo em 18,9 mil milhões de euros.
Em contrapartida, o financiamento acumulado das administrações públicas através de empréstimos líquidos de depósitos foi de 8,6 mil milhões de euros.
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