Estado de emergência no Equador após fuga da prisão de líder de gangue

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"Acabo de assinar o decreto sobre o estado de emergência para que as Forças Armadas tenham todo o apoio político e jurídico nas suas ações", sublinhou Noboa, num vídeo divulgado pela presidência.

O Exército fica assim autorizado a operar durante 60 dias para manter a ordem nas ruas e prisões do país, onde foi declarado toque de recolher entre as 23:00 e as 5:00.

As forças de segurança "estão a trabalhar arduamente para encontrar este indivíduo extremamente perigoso" que alegadamente fugiu no domingo "algumas horas" antes de uma operação de controlo realizada na prisão de Guayaquil (sul), referiu o secretário de Comunicações do Governo, Roberto Izurieta, referindo-se a infiltrações no sistema prisional.

A procuradoria anunciou esta segunda-feira, na rede social X, que abriu uma investigação contra dois agentes prisionais "que alegadamente participaram na fuga" de "Fito", que cumpria pena de 34 anos de prisão desde 2011 por crime organizado, tráfico de drogas e homicídio.

No domingo, o chefe da polícia tinha admitido à comunicação social que "Fito" tinha escapado de uma cela de alta segurança na prisão daquela cidade portuária.

"Fito", de 44 anos, que é líder dos "Choneros", um gangue de cerca de 8.000 homens, segundo especialistas, que se tornou o principal ator no florescente tráfico de drogas no Equador, já tinha fugido em 2013, com outros presos, de uma prisão de segurança máxima e foi recapturado três meses depois.

O chefe de Estado equatoriano, eleito no outono de 2023 com a promessa de reduzir a insegurança no país e recuperar o controlo das prisões, garantiu ainda que o Estado não irá negociar com terroristas e não irá descansar até "devolver a paz a todos os equatorianos".

A polícia e os soldados entraram fortemente armados em várias prisões do país, especialmente naquelas onde guardas foram sequestrados.

Imagens publicadas nas redes sociais, que não puderam ser verificadas de forma independente, mostravam guardas coagidos por homens encapuzados, apelando ao Governo para "agir com cautela" e "não enviar tropas para as prisões".

Vídeos divulgados posteriormente pelas Forças Armadas mostraram detidos deitados nos pátios da prisão com as mãos na cabeça e a autoridade responsável pelas prisões frisou que ninguém ficou ferido na sequência destes incidentes.

"Fito" regressou à ribalta nos últimos meses, após o assassinato, no início de agosto, de um dos principais candidatos às eleições presidenciais. A vítima, um ex-jornalista e deputado, tinha denunciado ameaças de morte do líder dos "Choneros", pouco antes de sua execução.

O Equador tornou-se um centro logístico de transporte de cocaína para os Estados Unidos e Europa, estando devastado pela violência de gangues e traficantes de drogas. Os homicídios aumentaram quase 800% entre 2018 e 2023, de 6 para 46 por 100 mil habitantes.

As prisões são palco de massacres recorrentes entre gangues rivais. Desde fevereiro de 2021, ocorreram pelo menos uma dúzia de massacres que deixaram mais de 460 detidos mortos.

Leia Também: Maior líder de tráfico foge da prisão. Equador em estado de exceção

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