Estados Unidos. Candidatos à vice-presidência esgrimem argumentos em debate

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Vice-presidência. JD Vance e Tim Walz estarão em debate na madrugada de quarta-feira Reuters

Depois do debate entre Donald Trump e Kamala Harris, chegou a vez das escolhas a vice-presidentes se defrontarem. J.D. Vance, do lado republicano, e Tim Waltz do lado dos democratas, vão esgrimir argumentos entre si e tentar explicar da melhor maneira as visões de Trump e Harris para os Estados Unidos. A imigração deverá ser um dos temas fortes na discussão que acontece esta terça-feira (madrugada de quarta-feira em Portugal).

Com a data da eleição presidencial nos Estados Unidos a aproximar-se a olhos vistos, Trump e Harris continuam a jogar cartadas decisiva para se destacarem nas sondagens e conseguirem a confiança dos norte-americanos para chegar à Casa Branca.

Depois da desistência de Joe Biden e do debate entre Trump e Harris, chegou a vez dos vice-presidentes. J.D. Vance e Tim Walz debatem pelo futuro dos Estados Unidos, numa altura em que as sondagens não conseguem descortinar um vencedor claro a 5 de novembro.

Donald Trump foi o primeiro a anunciar quem será o seu parceiro de corrida, depois da maneira amarga como terminou a ligação a Mike Pence, vice-presidente durante a administração que esteve em funções entre 2017 e 2021.

De crítico de Trump a vice

Este ano, o antigo presidente anunciou o nome de J.D. Vance. Uma pedra no charco da política norte-americana que estava a sofrer acusações de ser apenas para pessoas mais velhas. J.D. Vance tem 39 anos e sempre se caracterizou por ser conservador.

Apesar de agora ser o número dois de Donald Trump, Vance, senador do Ohio, foi no início da carreira política um crítico agressivo do antigo presidente. De origens humildes, J.D. Vance fez parte dos Fuzileiros e ganhou uma bolsa para a Universidade de Yale onde se tornou jurista.

Em 2016 apresentou a obra “Hillbilly Elegy” onde explicava o poder de atração que Donald Trump ganhou entre os americanos dos estados e cidades rurais. Vance criticou o presidente eleito em 2016, acusando-o de ser “idiota” e chegando mesmo a denomina-lo de “Hitler da América”.

Apesar das críticas, J.D. Vance tornou-se num apoiante indefectível de Donald Trump e neste momento segue com dedicação o guião do candidato republicano à Casa Branca. É um defensor anti-aborto (mesmo em casos de violação) e já afirmou publicamente não estar interessado na questão da Guerra na Ucrânia.

Em termos económicos, Vance é um apoiante do protecionismo e nas questões migratórias é um defensor da construção do famoso muro na fronteira mexicana. No clima, a opinião é a de negação total, afirmando que as mudanças climáticas não são um perigo para o futuro.

Um progressista conservador

Do outro lado da barricada está Tim Walz. Escolha da nova candidata Kamala Harris, Walz tem 60 anos e é governador do Minnesota.


Nascido em West Point, no Nebraska, Tim Waltz foi professor e iniciou carreira na política apenas em 2006, tendo sido eleito para a Câmara dos Representantes, num estado predominantemente republicano e em 2018 ganhou a eleição para se tornar governador do estado do Minnesota.

Apesar dos 60 anos, Tim Walz apresenta uma agenda progressista. Defende refeições escolares gratuitas, é defensor de uma agenda para lutar contra as alterações climáticas, pede a redução de impostos para a classe média norte-americana e defende os direitos reprodutivos das mulheres.

Apesar de todas causas, Walz apresenta algumas características conservadoras como o apoio aos agricultores em meio rural e o direito à posse de armas. Como governador do Minnesota teve de lidar com a polémica morte de George Floyd às mãos da polícia de Minneapolis.

O último debate?

Na madrugada de terça-feira para quarta, em Portugal, os dois candidatos vão debater entre si. Para os analistas políticos as matérias sobre imigração e economia serão os dois temas em destaque, com J.D. Vance a tentar atacar Walz, depois de Kamala Harris ter sido considerada vencedora no primeiro e único debate que teve com Donald Trump.

Os direitos reprodutivos das mulheres, que colocam os dois candidatos em polos opostos, deverão ser também um tema quente na madrugada de quarta-feira.

Apesar de se tratar de um debate que pouco conta para as escolhas dos norte-americanos, a falta de mais debates entre Trump e Harris pode ser um dos últimos momentos decisivos em que s propostas e ataques de J.D. Vance e Tim Walz podem reforçar a posição dos respetivos parceiros de corrida.

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