“Estamos aqui pela nossa sobrevivência”. Agricultores cortam estradas em Portugal

Cerca de uma centena de tratores e máquinas agrícolas estão a cortar a Estrada Nacional 260, na zona de Vila Verde de Ficalho (distrito de Beja), junto à fronteira com Espanha.

“Não vamos partir nada, não vamos voltar camiões, não vamos agredir ninguém. Estamos aqui por nós, pelas nossas famílias, pela nossa sobrevivência”, disse à agência Lusa António João Veríssimo, um dos porta-vozes do movimento promotor dos protestos.

No entanto, este não é o único local onde os agricultores estão concentrados. Dezenas de máquinas agrícolas e agricultores estão a interromper, desde o início da manhã, a circulação na A25, entre o nó de Leomil e Vilar Formoso, na Guarda

Além disso, centenas de agricultores com mais de 80 tratores estão concentrados na vila de Mogadouro e prometem bloquear a localidade e as fronteiras de Bemposta e Miranda do Douro para reivindicar condições justas e a valorização da atividade.

Assim, centenas de tratores e máquinas agrícolas estão a percorrer, em marcha lenta, a Estrada Nacional (EN) 111 em direção à baixa de Coimbra, onde os promotores do protesto esperam juntar, ao final da manhã, meio milhar de veículos.

“Alguns vão-se juntar a nós [ao longo do percurso] e o que esperamos é [ter] cerca de 500 tratores” em Coimbra, disse Armindo Valente.

A somar aos restantes cortes nas estradas, a circulação no Itinerário Complementar 1 (IC1) junto à localidade de Mimosa, no concelho de Santiago do Cacém (Setúbal), está cortada ao trânsito nos dois sentidos, desde as 11:00.

Segundo disse à agência Lusa Diogo Brito Pais, do Movimento Civil de Agricultores, no local estão “cerca de 70 tratores e mais algumas carrinhas” a bloquear o trânsito e só desmobilizarão quando as suas reivindicações “forem atingidas”.

De recordar que esta quarta-feira, a ministra da Agricultura anunciou um pacote de apoio aos agricultores de quase 500 milhões, mas isso não impediu o avanço dos protestos.