Estivadores do leste dos EUA suspendem greve para negociar novo contrato

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A greve foi suspensa pelo menos até 15 de janeiro, depois de o sindicato e da Aliança Marítima dos EUA, que representa os portos e as companhias marítimas, terem chegado a um acordo provisório, disseram as duas partes, num comunicado conjunto divulgado na quinta-feira.

Uma fonte não identificada disse à agência de notícias Associated Press que os portos melhoraram a proposta de aumento salarial de cerca de 50% em seis anos para 62%.

Qualquer aumento salarial terá de ser aprovado pelos sindicalistas como parte da ratificação de um contrato coletivo de trabalho.

A Associação Internacional dos Estivadores deverá retomar imediatamente o trabalho, uma vez que os membros do sindicato não terão de votar a suspensão temporária da greve.

Os estivadores entraram em greve na terça-feira, depois de o contrato coletivo de trabalho ter expirado, a meio de disputa sobre aumentos salariais e automatização de tarefas em 36 portos.

O sindicato tinha exigido um aumento salarial de 77% em seis anos, além da proibição total do uso de automação nos portos, algo que os estivadores veem como uma ameaça aos seus empregos.

Ambos os lados tinham também divergências quanto às contribuições para as pensões e à distribuição das comissões pagas sobre os contentores movimentados pelos trabalhadores.

Os estivadores estarão abrangidos até 15 de janeiro pelo antigo contrato, que expirou a 30 de setembro.

A paralisação ocorreu no pico da época de compras de Natal nos portos do leste dos Estados Unidos, que movimentam cerca de metade da carga dos navios que entram e saem do país.

Caso durasse mais do que algumas semanas, a greve poderia ter aumentado o risco de escassez de produtos nas prateleiras das lojas, o que poderia ter acelerado a inflação. A maioria dos retalhistas, porém, encomendou produtos de forma antecipada.

Na noite de quinta-feira, o Presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, aplaudiu ambos os lados "por agirem patrioticamente para reabrir os (...) portos e garantir a disponibilidade de fornecimentos essenciais para a recuperação e reconstrução do furacão Helene".

As inundações e ventos fortes trazidos pelo Helene fizeram mais de 200 mortos e devastaram várias zonas do leste dos EUA, sobretudo nos estados da Florida, Carolina do Norte, Carolina do Sul e Geórgia.

Biden disse que a negociação coletiva é "crítica para a construção de uma economia mais forte, do meio para fora e de baixo para cima".

De acordo com a consultoria Oxford Economics, cada semana de greve teria reduzido a economia dos Estados Unidos em até 7,5 mil milhões de dólares (6,8 mil milhões de euros) e colocado em risco até 105 mil empregos.

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