“Estratégia é estarmos em mercados onde a maioria dos compradores são portugueses”

3 meses atrás 54

Rui Meneses Ferreira, CEO da Kronos Homes, defende, em entrevista ao JE, que os investidores estrangeiros são bem-vindos a Portugal, mas acredita que o mercado imobiliário é sustentável a partir do cliente nacional. “Hoje somos do ponto de vista de recetores de investimento, grandes recetores”.

É com uma visão estratégica virada para o mercado português que a Kronos Homes pretende cimentar cada vez mais a sua presença no nosso país. Em entrevista ao Jornal Económico (JE), Rui Meneses Ferreira, CEO da promotora imobiliária espanhola revela que por ano o grupo vende entre Portugal e Espanha aproximadamente 500 milhões de euros e entre mil a 1.100 casas, divididos entre 40% e 60%, respetivamente. Sobre a falta de oferta de habitação assume que é preciso desenvolverem-se políticas que comecem na forma de desenhar as casas, dado que o problema não é só de dinheiro, mas também da capacidade de produção.

Como viu as medidas do Governo para a habitação, nomeadamente o IVA na construção?
Acho o IVA a 6% extremamente importante para resolver o segmento de quem necessita mais de ajuda para ter casa, seja na vertente de aquisição, seja na vertente do arrendamento. Creio que especialmente os jovens, merecem ter essa oportunidade de comprar casa, criar família e acho que isso realmente tem como reflexo a médio prazo, o crescimento económico de Portugal, que é um país extremamente envelhecido, onde temos de ter políticas que incentivem efetivamente a um maior equilíbrio, relativamente à idade das pessoas. Relativamente à questão da criação de habitação e de aumento da produção, creio que aí nem os públicos vão ter capacidade de fazer muito mais casas, nem os privados vão ter capacidade de substituir os públicos nessas casas, principalmente destinadas ao mercado médio. Temos de nos sentar a uma mesa e tentar desenvolver políticas que começam na forma de desenhar as casas, porque isto não é só um problema de dinheiro, é um problema da capacidade de produção.

Mas temos também a questão dos salários.
A subida de salários é claramente um desígnio, ou pelo menos a subida do salário disponível. Penso que estão a ser dados alguns passos no sentido de fazer beneficiar uma parte da população, que é a população mais jovem e que claramente, num primeiro momento, necessita de mais ajuda. Desse ponto de vista, acho positiva estas medidas de redução do IRS, porque nós temos francamente uma fiscalidade sobre os rendimentos de trabalho, para ser simpático, bastante agressiva, mesmo em escalões relativamente baixos.

Como estão atualmente os projetos de Portugal e Espanha?
Entre Portugal e Espanha neste momento temos cerca de 35 projetos em desenvolvimento em diferentes estágios. Basicamente temos três negócios: land, built to sell e built to rent. Do ponto de vista de estratégia de built to sell estamos em três principais mercados de primeira habitação: Madrid, Barcelona e Lisboa, e em três outros mercados de segunda habitação: Costa Brava (Catalunha), Andaluzia e Algarve.

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