Estudo. Solidão e isolamento entre pessoas obesas podem aumentar risco de morte

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“Há cada vez mais provas de que as pessoas com obesidade enfrentam níveis mais elevados de isolamento social e solidão do que as pessoas sem obesidade”, refere o estudo publicado segunda-feira na revista académica norte-americana JAMA Network Open.

Este estudo contou com um total de 398.972 participantes, dos quais 93.357 (o equivalente a 23,4 por cento) sofriam de obesidade. Os investigadores acompanharam o historial médico dessas pessoas entre março de 2006 e novembro de 2021.

Ao longo desse período, as mortes entre pessoas obesas foram 36 por cento mais baixas nos casos em que estas diziam sentir-se menos sozinhas e isoladas. Entre pessoas não obesas, o número foi apenas 9 por cento mais baixo.

“Os nossos resultados indicam que um maior controlo deste isolamento e solidão pode atenuar o excesso de risco de mortalidade relacionada com a obesidade”, refere o documento.A amostra de quase 400 mil participantes foi retirada da base de dados biomédica britânica BioBank.

Segundo os investigadores, “o isolamento social foi classificado como um fator mais importante para estimar o risco de mortalidade do que a solidão, depressão, ansiedade ou maus hábitos”, como o consumo de álcool, falta de atividade física ou má alimentação.

Concluíram, portanto, que “um nível mais baixo de isolamento social ou solidão está associado a uma redução do risco de mortalidade por qualquer causa entre pessoas com obesidade, e a melhoria do isolamento social e da solidão atenuou o excesso de risco de mortalidade relacionada com a obesidade”.

Os investigadores recordam ainda que a epidemia da obesidade “é uma preocupação crescente a nível global”, com os países de maiores rendimentos a registarem cerca de 30% de população obesa.

Uma em cada quatro pessoas sente-se sozinha

Esta doença tem sido frequentemente referida como “relacionada com o excesso de risco de mortalidade por todas as causas, assim como mortalidade por doenças cardiovasculares e por cancro”.

“Até à data, a alimentação e o estilo de vida são o maior foco na prevenção de doenças relacionadas com a obesidade”, disse à CNN Lu Qi, um dos principais autores do estudo. “Agora é altura de integrar os fatores sociais e psicológicos no desenvolvimento de estratégias de intervenção para prevenir complicações relacionadas com a obesidade”.

Em outubro do ano passado, um outro estudo indicava que uma em cada quatro pessoas com mais de 15 anos em todo o mundo dizia sentir-se “muito” ou “bastante” sozinha.

Meses antes, em junho, investigadores concluíram que as pessoas que se sentiam socialmente isoladas tinham 32 por cento mais hipóteses de morrer mais cedo.

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