EUA acusam Hamas de "intransigência" que inviabiliza cessar-fogo

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A embaixadora dos EUA junto das Nações Unidas (ONU), Linda Thomas-Greenfield, recordou hoje perante o Conselho de Segurança que existe uma resolução desta mesma organização que apoia o plano de cessar-fogo, mas o Hamas, "ignorando os apelos da comunidade internacional, em vez de aceitar acordo, continua a acrescentar condições" para sua aplicação.

"Na nossa perspetiva é tempo de acabar com a intransigência do Hamas, iniciar um cessar-fogo e libertar os reféns", enfatizou a diplomata, que expressou esta mesma ideia em duas ocasiões.

Apesar das palavras da embaixadora, Israel nunca assumiu claramente apoio aos termos do plano de cessar-fogo, especialmente no que diz respeito a uma segunda fase em que as partes negociariam um fim das hostilidades definitivo.

Por outro lado, Thomas-Greenfield também se referiu à situação na Cisjordânia e criticou os "colonos extremistas violentos" pelas suas últimas ações, e, num momento raro, elogiou as forças de segurança palestinianas e a Autoridade Palestiniana "pelos seus esforços em manter paz e segurança na Cisjordânia".

Além disso, pediu ao Governo de Israel que descongele os fundos da Autoridade Palestiniana que estão paralisados desde 05 de abril, uma vez que "é essencial que tenham os recursos necessários para pagar os salários das suas forças de segurança e, em geral, para governar eficazmente".

Ainda na reunião do Conselho de Segurança da ONU, o coordenador especial das Nações Unidas para o Processo de Paz no Médio Oriente, Tor Wennesland, informou os diplomatas sobre os desenvolvimentos recentes na região e, focando-se em Gaza, frisou que quase toda a população do enclave continua a enfrentar elevados níveis de insegurança alimentar, com quase meio milhão de pessoas a enfrentar níveis "catastróficos".

"A extensão da morte e da destruição em Gaza tem sido catastrófica e horrível. A utilização de armas explosivas por Israel em áreas densamente povoadas destruiu bairros inteiros e danificou hospitais e outras infraestruturas civis, escolas, mesquitas e instalações da ONU. Condeno inequivocamente o assassínio e a mutilação de civis em Gaza, incluindo mulheres e crianças", disse.

Além disso, o nível de bens essenciais, incluindo a assistência humanitária, que foi permitido entrar em Gaza continua a "muito aquém" da satisfação das necessidades da população palestiniana, observou o representante das Nações Unidas.

Sobre a expansão dos colonatos israelitas na Cisjordânia, Tor Wennesland exortou o Governo de Israel a cessar imediatamente todas as atividades dessa natureza.

"Os palestinianos e os israelitas não podem mais esperar para estabelecer um horizonte político viável. Os esforços para enfrentar os desafios humanitários ou de segurança que ignoram ou evitam questões políticas fundamentais estão condenados ao fracasso. Todas as partes interessadas devem tomar urgentemente medidas que conduzam a uma realidade de dois Estados", instou ainda.

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