EUA assinalam evolução nas negociações para libertação de reféns em Gaza

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"As indicações iniciais que temos de Brett [McGurk] são de que as discussões estão a correr bem", frisou o porta-voz do Conselho de Segurança Nacional, John Kirby, citado pela agência France-Presse (AFP).

Brett McGurk, coordenador da Casa Branca para o Médio Oriente e Norte da África, visitou o Cairo esta quarta-feira e esteve hoje em Israel para reuniões com o governo, bem como com as famílias dos reféns norte-americanos detidos na Faixa de Gaza.

No Cairo, McGurk, reuniu-se com o ministro da Defesa israelita, Yoav Gallant, que lembrou que Israel prevê manter as "intensas operações terrestres" para desmantelar "os restantes batalhões do Hamas no centro e no sul de Gaza".

Mas garantiu que o Governo israelita "ampliará a autoridade concedida" aos seus negociadores para a libertação de reféns.

O líder da oposição israelita e membro do gabinete de guerra, Benny Gantz, alertou esta quarta-feira que se não for alcançado um acordo com o Hamas, Israel invadirá a cidade de Rafah em março, durante o Ramadão, o mês sagrado dos muçulmanos.

Fontes palestinianas adiantaram à agência Efe que poderá ser alcançada uma segunda trégua temporária na guerra em Gaza, já que o movimento islamita palestiniano Hamas estaria disposto a fazer concessões.

"O Hamas renunciou à sua exigência de um cessar-fogo permanente e de uma retirada total de Israel de Gaza, em troca de garantias de que os seus líderes não serão assassinados", de acordo com as fontes palestinianas a partir do Cairo, onde decorrem as negociações para uma possível trégua.

Estas condições passariam a ter um caráter progressista, uma vez que os islamitas estariam dispostos a ter uma trégua temporária de seis semanas, desde que as "negociações para um cessar-fogo permanente" começassem imediatamente a seguir, segundo o líder do Hamas, Mousa Abu Marzouk, numa entrevista à estação de rádio egípcia Al-Ghad hoje divulgada.

O Hamas continua a exigir o regresso dos deslocados internos do norte de Gaza e a libertação de 500 prisioneiros palestinianos por cada um dos 134 reféns israelitas, segundo Abu Marzouk.

Por sua vez, o Wall Street Journal noticiou hoje, citando fontes oficiais egípcias, que o Hamas estava disposto a trocar todos os reféns por 3.000 prisioneiros, incluindo alguns com longas penas de prisão.

Além disso, segundo este jornal, a libertação dos reféns "soldados israelitas" estaria sujeita à subsequente obtenção de um cessar-fogo permanente e à retirada completa das tropas de Gaza, segundo fontes egípcias.

Para esta sexta-feira está prevista a retoma das negociações em Paris com uma cimeira de alto nível centrada na libertação de reféns que, segundo as mesmas fontes, contará com a presença do chefe da Mossad (serviços secretos israelitas), David Barnea, do primeiro-ministro do Qatar, Mohammed bin Abdulrahman Al Thani, o chefe dos serviços secretos egípcios, Abbas Kamel, e o chefe da CIA, Bill Burns.

Mais de 29.300 habitantes de Gaza morreram em 139 dias de guerra na Faixa de Gaza, segundo o movimento islamita palestiniano Hamas, que estimou que cerca de 8.000 corpos desaparecidos estejam sob os escombros e há mais de 69.300 feridos.

Israel declarou guerra ao Hamas após um ataque do grupo em solo israelita em 07 de outubro, que deixou cerca de 1.200 mortos e mais de 240 sequestrados.

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