EUA concluem reparação de cais em Gaza após tempestade

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O cais, construído pelos militares dos Estados Unidos da América (EUA), projetado para transportar ajuda por barco a um território que, segundo a ONU, enfrenta uma catástrofe humanitária devido à guerra entre Israel e o grupo islamita palestiniano Hamas, voltou a ser ligado à costa, quase duas semanas depois de ter ficado inoperacional nesta rota de ajuda que já era problemática.

"No início desta manhã, em Gaza, as forças dos Estados Unidos ligaram com sucesso o cais temporário à praia de Gaza", disse aos jornalistas por telefone o vice-almirante Brad Cooper, vice-comandante do Comando Central, que espera "retomar o fornecimento de assistência humanitária por mar nos próximos dias".

Cooper indicou que as operações no cais serão intensificadas em breve, com a meta de fazer com que 450 toneladas de alimentos e outros abastecimentos sejam transportados através do cais para a Faixa de Gaza a cada dois dias.

Uma grande parte da instalação desmoronou-se em 25 de maio, quando ventos fortes e a agitação marítima atingiram a região, e quatro navios das forças norte-americanas que ali operavam encalharam, ferindo três militares, incluindo um que permanece em estado crítico.

Os danos foram o mais recente obstáculo no que tem sido uma luta persistente para levar alimentos aos palestinianos durante a guerra entre Israel e o Hamas, que já dura há oito meses.

Os primeiros esforços para entregar ajuda através do cais para a Faixa de Gaza foram interrompidos quando palestinianos invadiram os camiões que as agências humanitárias usavam para transportar os alimentos para os armazéns de distribuição.

A rota marítima, durante um período limitado, foi uma forma adicional de levar mais ajuda para o território, após a ofensiva israelita na cidade de Rafah, no sul do enclave, ter tornado difícil ou quase impossível, por vezes, usar as rotas terrestres.

A administração norte-americana liderada pelo Presidente Joe Biden disse desde o início que o cais não era uma solução única e total e que qualquer meio para fornecer a ajuda humanitária necessária era útil.

Por causa dos danos causados ??pela tempestade, grandes secções da infraestrutura foram transferidas para Israel para reparação.

Dois dos barcos norte-americanos encalharam perto de Ashkelon, em Israel, e outros dois na costa do enclave palestiniano.

A porta-voz do Pentágono (Departamento de Defesa norte-americano), Sabrina Singh, disse que, em dois deles, entrou muita água e areia e que a Marinha israelita tem ajudado nas reparações.

Biden anunciou o seu plano para que os militares norte-americanos construíssem um cais durante o seu discurso sobre o Estado da União no início de março, estabelecendo um prazo de cerca de 60 dias para instalá-lo e colocá-lo operacional.

O custo inicial foi estimado em 320 milhões de dólares (295 milhões de euros), mas Sabrina Singh disse no início desta semana que o preço caiu para 230 milhões de dólares (212 milhões de euros), devido às contribuições do aliado Reino Unido e porque a contratação de camiões e de outros equipamentos foi mais barata do que o estimado.

A instalação demorou um pouco mais do que os dois meses previstos, com os primeiros camiões que transportavam ajuda para a Faixa de Gaza a usarem o cais em 17 de maio.

Apenas um dia depois, multidões invadiram uma caravana de camiões enquanto se dirigiam para a cidade de Gaza, levando a carga de 11 dos 16 veículos antes de chegarem a um armazém da ONU.

No dia seguinte, enquanto as autoridades alteravam as rotas de viagem das caravanas de camiões, a ajuda finalmente começou a chegar às pessoas necessitadas.

Mais de mil toneladas de ajuda foram entregues antes que o cais ficasse inoperacional devido à tempestade, disseram autoridades do Pentágono.

A guerra na Faixa de Gaza foi desencadeada por um ataque do Hamas em solo israelita, em 07 de outubro de 2023, que causou quase 1.200 mortos e deixou cerca de 250 reféns na posse do grupo palestiniano, segundo Telavive.

A ofensiva israelita que se seguiu na Faixa de Gaza provocou mais de 36 mil mortos e uma grave crise humanitária no enclave palestiniano, de acordo com as autoridades locais tuteladas pelo Hamas.

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