EUA condenam ex-militar venezuelano a 21 anos de prisão. Entregou armas

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O ex-general reformado de 62 anos, próximo do ex-Presidente Hugo Chávez (1954-2013), declarou-se culpado em junho de 2023 de fornecer apoio material às FARC e de transferir ilicitamente armas de fogo, escreveu o portal Noticiero Digital.

"Os Estados Unidos consideram as FARC, que se dissolveram em 2016 como parte de um histórico acordo de paz com o Governo colombiano, um grupo terrorista", acrescentou.

A decisão foi proferida pelo juiz federal Alvis Hellerstein, no Tribunal Federal de Manhattan, sendo o ex-militar venezuelano o primeiro de cinco acusados a ser condenado.

Os procuradores pediam pena de 30 anos de prisão, argumentando que, além de fornecer armas de uso militar às FARC, Cliver Alcalá Cordones recebeu milhões de dólares em subornos para proteger os carregamentos de cocaína do grupo da interferência dos militares venezuelanos.

O Noticiero Digital escreveu ainda que os advogados de defesa pediram que Cordones, detido em Nova Iorque desde a extradição da Colômbia em 2020, fosse condenado a não mais de seis anos, afirmando que este estaria sob o comando de Hugo Chávez quando ajudou as FARC e negando qualquer envolvimento no tráfico de droga.

Em 26 de março de 2020, funcionários da Direção de Controlo Antidrogas (DEA, sigla em inglês) dos EUA, detiveram, na cidade de Barranquilla, Colômbia, Cordones.

Segundo o diário colombiano El Tiempo, o homem apresentou-se voluntariamente na Direção Nacional de Inteligência, os serviços secretos da Colômbia, para ser levado às autoridades norte-americanas que o acusaram de estar envolvido numa rede de narcotráfico com vários políticos e militares venezuelanos.

A Justiça dos Estados Unidos pediu 10 milhões de dólares (9,2 milhões de euros) a quem desse informações que levasse à detenção do ex-general.

Cordones, que colaborou com o ex-líder socialista Hugo Chávez no falhado golpe de Estado de fevereiro de 1992, ocupou vários cargos militares na Venezuela, passando depois a opor-se ao regime do Presidente atual, Nicolás Maduro, o que o levou a ter de deixar o país e a radicar-se na Colômbia em 2018.

Acusado pela oposição de ser um "duplo agente", da oposição e do regime, disse estar a ser vítima de uma campanha de descrédito promovida pelo Governo venezuelano.

O Ministério Público da Venezuela pediu à Colômbia que procedesse à sua detenção e extradição um dia depois de o procurador-geral venezuelano, Tarek William Saab, abrir uma investigação contra si e contra o então líder da oposição, Juan Guaidó, por alegadamente estarem a preparar um golpe de Estado contra Nicolás Maduro.

Entre as provas divulgadas pelo procurador-geral está uma notícia da rádio colombiana WRádio, segundo a qual o antigo militar afirmou que um carregamento de armas confiscado pelas autoridades da Colômbia, tinha como propósito uma operação contra o Presidente Maduro.

Sem oferecer provas, Cliver Alcalá Cordones disse ter sido contratado por Juan Guaidó e assessores norte-americanos, para comprar armas para uma intervenção que afastaria Maduro do poder.

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