EUA importam mais do México do que da China

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Os dados divulgados na quarta-feira pelo Departamento de Comércio norte-americano mostram que o valor dos bens importados do México aumentou quase 5%, face a 2022, para mais de 475 mil milhões de dólares (440 mil milhões de euros).

Durante o mesmo período, o valor das importações chinesas caiu 20%, para 427 mil milhões de dólares (396 mil milhões de euros).

A última vez que os produtos mexicanos importados pelos Estados Unidos excederam o valor das importações da China foi em 2002.

As relações económicas entre os Estados Unidos e a China deterioraram-se nos últimos anos, face a uma prolongada guerra comercial e tecnológica e às ambições geopolíticas de Pequim, que incluem a reivindicação de quase todo o mar do Sul da China e ameaças militares a Taiwan.

A administração do ex-presidente norte-americano Donald Trump impôs taxas punitivas sobre as importações chinesas em 2018, argumentando que as práticas comerciais de Pequim violavam as regras do comércio global.

Depois de assumir o cargo, em 2021, o presidente Joe Biden manteve essas taxas, deixando claro que o antagonismo em relação à China seria um ponto comum para democratas e republicanos.

Setores críticos na relação com a China

Derek Scissors, especialista em assuntos da China no grupo de reflexão American Enterprise Institute, observou que as maiores quedas nas importações chinesas se verificaram nos computadores e eletrónica e nos produtos químicos e farmacêuticos, todas categorias politicamente sensíveis.

Scissors sugeriu que a queda na dependência dos EUA em relação aos produtos chineses reflete, em parte, a desconfiança em relação às políticas económicas de Pequim sob o comando do Presidente chinês, Xi Jinping.

Os bloqueios impostos por Xi durante a pandemia paralisaram partes significativas da economia chinesa em 2022. As autoridades chinesas também aumentaram o escrutínio sobre as operações de empresas estrangeiras no país.

"Penso que é a América corporativa a decidir tardiamente que Xi Jinping não é confiável", considerou.

Globalmente, o défice dos EUA no comércio de mercadorias com o resto do mundo - a diferença entre o valor do que os Estados Unidos vendem e o que compram no estrangeiro - diminuiu 10% no ano passado, para 1,06 biliões de dólares (930 mil milhões de euros).

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