EUA pedem à China que não "alimente máquina de guerra russa" na Ucrânia

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O secretário de Estado norte-americano voltou a acusar a China de apoiar a "máquina de guerra russa" na Ucrânia, numa altura em que as duas potências rivais tentam estabilizar uma relação tumultuosa.

Em conferência de imprensa, à margem da Assembleia-Geral da ONU, Antony Blinken falava depois de um encontro com o ministro dos Negócios Estrangeiros chinês, Wang Yi, decorrido, na sexta-feira, na missão chinesa em Nova Iorque.

O responsável norte-americano disse ter manifestado ao homólogo chinês a "profunda preocupação sobre o apoio da China à indústria de defesa russa, que está a alimentar a máquina de guerra russa e a perpetuar a guerra que a China afirma querer acabar".

"A relação entre eles [China e Rússia] é um assunto que lhes diz respeito, mas na medida em que essa relação envolve fornecer à Rússia o que ela precisa para prosseguir esta guerra, isso é um problema para nós", salientou.

O chefe da diplomacia norte-americana referiu que as empresas chinesas fornecem 70% das máquinas-ferramentas russas e 90% dos seus produtos eletrónicos.

Já Wang Yi denunciou "a repressão" dos Estados Unidos contra o comércio, a tecnologia e a economia chinesas e pediu um "diálogo respeitoso" entre os dois países, "uma vez que os EUA afirmaram repetidamente que não têm intenção de entrar em confronto com a China", de acordo com um comunicado do Ministério dos Negócios Estrangeiros chinês.

A reunião de sexta-feira aconteceu alguns dias depois de o Presidente norte-americano, Joe Biden, ter afirmado que a China estava a colocar a Ásia e os Estados Unidos "à prova" devido ao comportamento cada vez "mais agressivo", nomeadamente no mar do Sul da China e em relação a Taiwan.

Pequim considera a ilha como uma das suas províncias e denuncia o apoio de Washington a Taiwan, bem como a passagem de navios de guerra norte-americanos e, pela primeira vez esta semana, japoneses, pelo estreito de Taiwan.

Por outro lado, Wang Yi e Antony Blinken concordaram com "a importância" de o Presidente chinês, Xi Jinping, e Joe Biden poderem comunicar entre si, com o secretário de Estado norte-americano a afirmar esperar que tal aconteça nas "próximas semanas", sem confirmar uma data ou formato.

O último encontro foi em abril. Mas os dois líderes poderão reunir-se à margem das cimeiras no Brasil e no Peru.

Responsáveis chineses e norte-americanos estão a realizar cada vez mais reuniões para aliviar as tensões.

Apesar das divergências, incluindo as disputas comerciais sobre as sanções impostas pelos EUA à indústria eletrónica chinesa, Washington e Pequim estão a cooperar noutras áreas, como a luta contra as drogas sintéticas e as alterações climáticas, lembrou Blinken.

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