EUA. Trump prepara-se para o primeiro teste na reta final para as eleições primárias

8 meses atrás 65

Cheney Orr - Reuters

Os EUA estão já em contagem decrescente para o arranque das primárias. A corrida para a Casa Branca arranca, mais uma vez, no Estado do Iowa, que será palco do primeiro embate entre os candidatos do Partido Republicano. Este será o primeiro teste para Donald Trump desde a sua saída da Casa Branca e, por isso, o ex-presidente tem aproveitado esta reta final para consolidar a sua vantagem e tecer duras críticas aos adversários republicanos, bem como a Joe Biden.

No próximo dia 15 decorre um “caucus” no Iowa para escolher o candidato do Partido Republicano que irá concorrer às eleições presidenciais de 5 de novembro.

Os eleitores republicanos do Iowa indicarão as escolhas para candidato presidencial do partido, e os resultados dessa votação determinarão quantos dos 40 delegados da convenção do Estado cada candidato receberá.

As sondagens apontam para uma forte vantagem para Donald Trump entre os republicanos e o ex-presidente tem aproveitado esta reta final para consolidar essa vantagem com ataques constantes aos seus opositores - o governador da Florida, Ron DeSantis, e a ex-governadora da Carolina do Sul, Nikki Haley.

Apesar da aparente vantagem entre os republicanos, no Iowa as coisas não parecem ser tão favoráveis ao ex-presidente, com a governadora local, Kim Reynolds, a dar o seu apoio ao colega da Florida.

Perante uma multidão de várias centenas de apoiantes durante um comício no fim de semana, Donald Trump aproveitou também para tecer críticas ao atual presidente norte-americano, que o acusou de ser um ditador que quer destruir a democracia.

Trump diz que “nada mudou sob o comando do corrupto Joe Biden” e que este mandato ficou marcado por “uma série ininterrupta de fraqueza, incompetência, corrupção e fracasso”.
Primeiro teste para Trump
As eleições no Iowa serão o primeiro teste para Donald Trump, dado que é a primeira vez que o ex-presidente enfrentará os eleitores desde a sua saída da Presidência. O republicano sonha ser reeleito em novembro e regressar à Casa Branca em 20 de janeiro de 2025, apesar de enfrentar quatro acusações criminais.

O Supremo Tribunal está, inclusive, a avaliar se Donald Trump é elegível para as eleições presidenciais depois de ter sido banido dos boletins de voto nas primárias de alguns Estados pelo seu papel no ataque ao Capitólio a 6 de janeiro de 2021.

Os Estados do Maine e do Colorado invocam a 14ª Emenda da Constituição – que proíbe pessoas que se envolveram numa "insurreição ou rebelião" de ocupar cargos políticos se já tiverem prestado juramento aos Estados Unidos – para reivindicar a inelegibilidade de Donald Trump.
Biden testa forças
O “caucus” do Iowa apenas terá efeito prático no Partido Republicano, já que os democratas mudaram as regras da escolha de candidatos.

Ao contrário dos anos anteriores, os democratas do Iowa que participam neste “caucus” não votarão nem indicarão a sua escolha para representar o partido nas eleições presidenciais de novembro.

Em vez disso, votarão num candidato do partido através da votação por correio que começa em 12 de janeiro e termina a 5 de março.

Neste Estado norte-americano, Biden terá apenas a oposição de Dean Philips, um congressista do Minnesota, e de Marianne Williamson, uma ativista do Texas, mas dificilmente algum deles conseguirá provocar danos ao presidente em exercício.

Por este motivo, Biden tem aproveitado para testar as suas próprias forças e mostrar que mantém intacta a sua influência no Partido Democrata. O presidente conseguiu alterar o calendário das primárias, pondo o seu arranque na Carolina do Sul, enquanto também decorre o 'caucus' no Iowa, para acelerar o processo de escolha nos democratas.

Para o arranque das primárias, Biden volta a contar com a sua vice-presidente como figura de combate político.

Na primeira ação de campanha oficial para as presidenciais de novembro, o presidente dedicou no passado sábado uma boa parte do seu discurso a Donald Trump, acusando-o de ser um ditador e frisando que é a democracia que está em risco nestas eleições.

c/agências

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