Eurodeputados de visita a Londres para "medir temperatura" nas relações

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O presidente da Comissão dos Negócios Estrangeiros do Parlamento Europeu, David McAllister, afirmou hoje durante um evento na embaixada da UE em Londres que os deputados de três comissões parlamentares querem "medir a temperatura após as eleições europeias, por um lado, e as eleições [legislativas] no Reino Unido, por outro". 

"Tem havido muita conversa, tem havido muitos anúncios, mas agora gostaríamos de ouvir um pouco mais, de uma forma concreta, sobre como podemos efetivamente trabalhar para reforçar ainda mais as nossas relações", disse.

A delegação é composta por membros da Comissão dos Negócios Estrangeiros, Comissão do Comércio Internacional e Subcomissão da Segurança e da Defesa, que vão encontrar-se com membros do Governo britânico, nomeadamente o secretário de Estado da Defesa, Vernon Coaker, e o secretário de Estado dos Negócios Estrangeiros, Stephen Doughty. 

Estão previstos contactos com deputados britânicos, representantes do setor económico e a presidente da Comissão dos Negócios Estrangeiros da Câmara dos Comuns, Emily Thornberry.

Os eurodeputados pretendem explorar a possibilidade de reforçar os laços na área da defesa face à guerra da Rússia contra a Ucrânia, ao mesmo tempo que serão avaliadas outras vias de cooperação entre as duas partes, incluindo o desenvolvimento de capacidades de defesa e medidas para reforçar a base industrial e tecnológica do setor da defesa.

Os eurodeputados pretendem também trocar informações sobre os serviços secretos e a formação das forças armadas ucranianas. Durante a visita, para além da guerra na Ucrânia, as duas partes esperam debater a situação no Médio Oriente e as tensões na região do Indo-Pacífico.

"Eu vou citar as Spice Girls, porque o que vamos perguntar a representantes, especialmente ao novo governo trabalhista, mas também à oposição, é que nos digam o que querem, o que realmente querem", gracejou McAllister, político alemão de origem escocesa.

O eurodeputado vincou que "o Reino Unido nunca será para nós apenas um país terceiro normal" porque "este maravilhoso país é nosso vizinho, um importante parceiro comercial, um aliado sólido da NATO". 

"Respeitaremos, evidentemente, as linhas vermelhas traçadas do lado do Reino Unido. Também temos alguma tinta vermelha, mas trabalharemos em conjunto com a Comissão [Europeia] e os Estados-Membros para melhorar ainda mais as nossas relações. É por isso que estamos aqui", concluiu.

Eleito em julho, o primeiro-ministro britânico, Keir Starmer, propôs-se a estreitar os laços com os 27, com os quais as relações esfriaram desde que o Reino Unido saiu da UE, em 2020. 

No entanto, vincou em agosto durante uma visita a Berlim que "isso não significa reverter o Brexit ou reentrar no mercado único ou na união aduaneira, mas significa uma relação mais estreita em várias frentes - incluindo a economia, incluindo a defesa, incluindo intercâmbios". 

Starmer também rejeitou um esquema de mobilidade juvenil proposto por Bruxelas.

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