Pelos vistos não é só chegar, ver e vencer. A chinesa Great Wall Motors anunciou o encerramento da sua sede na Europa.
Estão previstas chegar à Europa dezenas de novas marcas automóveis chinesas, porém isso não garante automaticamente sucesso e a Great Wall Motors (GWM) parece ser a prova disso.
A GWM anunciou recentemente o encerramento da sua sede europeia, em Munique, Alemanha, em face às vendas baixas, mas também devido às difíceis condições de mercado e às ameaças do aumento das tarifas europeias sobre as importações chinesas.
Um porta-voz da marca, em declarações à Automotive News, disse que o «arrefecimento» na procura de elétricos e a possibilidade de verem as taxas de importação aumentadas “cria uma grande incerteza para uma empresa como a GWM, que comercializa automóveis elétricos.”
Relembre que a União Europeia (UE) iniciou uma investigação sobre a probabilidade da indústria automóvel chinesa ser beneficiada pelo Estado, o que a confirmar-se pode resultar numa imposição de tarifas extra aos automóveis elétricos importados da China.
“Esta decisão trata-se de uma mudança organizacional e de otimização, tendo em conta as difíceis condições de mercado.”
Porta-voz da GWMO encerramento da sede europeia da GWM acontece a partir de dia 31 de agosto e resultará na perda de 100 postos de trabalho.
Último adeus?
No entanto, isto não significa o fim do grupo na Europa. As operações no «velho continente» serão controladas a partir da China e a GWM continuará a vender nos mercados europeus onde já se encontra presente. Porém, os planos de expansão a mais mercados no continente foram, por agora, suspensos.
Apesar deste anúncio, nos primeiros quatro meses do ano, as vendas da GWM subiram 147% em relação ao mesmo período homólogo, segundo a Dataforce. No entanto, esse aumento traduziu-se em apenas 1621 unidades vendidas no total, o que é muito pouco.
Desse volume, 1149 unidades vendidas pertencem ao Ora 3 (antigo Funky Cat) e os restantes ao Wey 05 (antigo Wey Coffee 02).
Nos planos do grupo está o lançamento de novos modelos na Europa, como o Ora 7, e está em aberto a opção de começar a importar veículos a combustão, que, em princípio, não serão afetados pelo aumento destas tarifas.
© GWM GWM Wey 05, o nova designação para o Wey Coffee 02.Chineses na Europa
A GWM não é a única marca chinesa a «sofrer» com as condições exigentes do mercado europeu. Aliás, tendo em conta a possibilidade da UE impor tarifas adicionais aos automóveis importados da China, são várias as que estão a ponderar começar a fabricar na Europa.
Caso venha a acontecer, poderá significar um «amenizar» das discrepâncias de preços oferecidos entre os modelos elétricos chineses e os europeus, sobretudo nos segmentos mais baixos.
Por outro lado, as dificuldades em vingar no mercado também não está fácil em «casa» dos fabricantes de elétricos chineses. Devido à «guerra de preços» que de momento lavra na China, está a criar dificuldades em «sobreviver» sérias a algumas das startups de automóveis elétricos.
O caso mais paradigmático é o da Aiways, que deixou de vender no mercado doméstico, por não haver forma de ter retorno, concentrando os seus esforços no mercado europeu:
Fonte: Automotive News Europe