Evitar alastramento da guerra "complicado" devido a envolvimento do Irão

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As prioridades norte-americanas foram reafirmadas hoje pela secretária de Estado Adjunta norte-americana para os Assuntos do Médio Oriente, Barbara Leaf, numa videoconferência de imprensa com vários órgãos de comunicação social europeus, norte-americanos e árabes sobre a política de Washington para o Médio Oriente, à luz do conflito entre Israel e o Hamas.

Leaf, que desde o início do conflito, a 07 de outubro, já se deslocou seis vezes a vários países do Médio Oriente, salientou que o principal objetivo é o de procurar uma solução duradoura para o conflito, que passa pela criação de um Estado palestinianos independente e soberano.

"Não é só pôr fim ao conflito deste momento, mas também, e o que é igualmente importante, procurar encontrar uma forma de construir um caminho para um Estado palestiniano e pôr definitivamente de lado as causas da insegurança para Israel e da insegurança para o povo palestiniano, bem como para toda a região", sublinhou.

Leaf, que afirmou ter passado "grande parte da vida adulta a trabalhar sobre o Médio Oriente", relembrou as cinco prioridades que a levaram recentemente a visitas de cariz diplomático a Israel e à Cisjordânia, bem como aos Emirados Árabes Unidos, Jordânia, Arábia Saudita, Egito, Barém, Qatar, Omã e Turquia.

A secretária de Estado Adjunta norte-americana para o Médio Oriente sublinhou que Washington está "totalmente empenhado" em melhorar "a terrível situação humanitária" em Gaza.

"E isso significa trabalhar com todos os nossos parceiros para aumentar a ajuda que chega à população de Gaza e insistir em que sejam tomadas todas as medidas possíveis para proteger a vida dos civis", explicou.

Em segundo lugar, prosseguiu, os Estados Unidos estão a exercer "uma forte pressão" no sentido da "libertação segura e imediata de todos os reféns", assegurando, paralelamente, um terceiro objetivo de que acontecimentos como o de 07 de outubro e o conflito que se lhe seguiu não voltem a acontecer, nem aos israelitas, nem aos palestinianos.

"Em quarto lugar, estamos a tentar assegurar que o conflito não se expanda. E esse tem sido o objetivo de toda a nossa diplomacia desde os primeiros dias do conflito. Este objetivo é complicado, obviamente, pelas ações desestabilizadoras levadas a cabo por atores apoiados pelo Irão em toda a região", responsabilizou.

A curto prazo, afirmou Leaf, os Estados Unidos estão a trabalhar com os parceiros ocidentais e árabes para "começar o árduo trabalho" de criar uma via para um Estado palestiniano, "a única forma de criar uma paz duradoura que beneficiará não só os israelitas e os palestinianos, mas também a região em geral".

Assumindo que o atual conflito "não tem comparação" com outras crises do passado, Leaf sublinhou ser "fundamental" que a guerra não alastre a outras regiões do Médio Oriente, nomeadamente ao Líbano (através do movimento xiita libanês pró iraniano Hezbollah), Iémen, Iraque, Síria.

Leaf rejeitou, à semelhança do secretário de Estado norte-americano, Antony Blinken, a ideia defendida por alguns ministros e deputados israelitas de forçar os palestinianos a procurarem refúgio noutros países da região e a abandonarem quer a Faixa de Gaza ou a Cisjordânia.

Questionada sobre se e quando os Estados Unidos, bem como outros parceiros, vão retomar o apoio financeiro à Agência das Nações Unidas para os Refugiados Palestinos (UNRWA), depois de alguns dos membros da organização terem sido acusados de participação no ataque do Hamas a Israel, a governante norte-americana frisou que tal só acontecerá após a conclusão de investigação da ONU e depois de os envolvidos serem devidamente responsabilizados.

Leaf condenou os recentes ataques a interesses norte-americanos por parte de movimentos pró iranianos na Jordânia, bem como a interferência dos rebeldes iemenitas Huthis no Mar Vermelho, sublinhando que Washington está a reunir um cada vez maior grupo de parceiros para retaliar, embora sempre com o intuito de evitar uma escalada militar na região.

A secretária de Estado Adjunta norte-americana para os Assuntos do Médio Oriente negou, por fim, que os Estados Unidos estejam a planear reduzir o envio de armamento para a região. "Numa palavra, não!".

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