Ex-jornalista candidata-se às eleições (contra Putin) na Rússia

9 meses atrás 82

A ex-jornalista de televisão Yekaterina Duntsova apresentou esta quarta-feira o seu nome para concorrer às eleições presidenciais russas, que decorrem em maio, esperando-se, no entanto, que o atual presidente, Vladimir Putin, conquiste uma vitória esmagadora, reporta a agência Reuters.

Numa entrevista à agência de notícias no mês passado,  Duntsova, de 40 anos, apelou, ao fim da guerra na Ucrânia e à libertação dos presos políticos, incluindo o líder da oposição Alexei Navalny.

A ex-jornalista apresentou documentos aos funcionários da Comissão Eleitoral Central para se inscrever formalmente nas eleições, precisando de obter 300.000 assinaturas em apoio à sua candidatura, em todo o país, até 31 de janeiro.

Questionada por um repórter sobre se a sua candidatura iria de facto ser permitida pelas autoridades de Moscovo, Duntsova considerou que este é "um direito" que lhe assiste.

"Porque é que estamos a falar de autorização se, de acordo com a lei, é um direito que me assiste e eu tenho essa possibilidade e as qualidades necessárias para me apresentar? Estamos apenas a agir de acordo com a fórmula prescrita pela lei federal e, para isso, não precisamos da autorização de ninguém", declarou a nova opositora de Putin.

Putin, de 71 anos, está no poder desde 1999 e está a tentar conquistar um mandato de seis anos, algo que o Kremlin acredita que vai acontecer, uma vez que este tem um apoio público esmagador.

Com Navalny e outros importantes críticos do Kremlin atrás das grades ou fora do país, não há uma figura de oposição que desafie Putin, com os apoiantes do líder da oposição detido a considerarem que o processo é "uma farsa".

Isto porque acusam o Kremlin de controlar quem pode concorrer e de manipular facilmente a votação.

Na entrevista à Reuters, Duntsova evitou utilizar a palavra "guerra" para descrever o conflito entre a Rússia e a Ucrânia - assim como Putin que o designa como "operação militar especial".

A candidata à presidência russa em 2024 reconheceu ter medo. "Qualquer pessoa sã que desse este passo teria medo - mas o medo não deve vencer", disse.

De recordar que as autoridades russas confirmaram que as eleições serão realizadas entre 15 e 17 de maio de 2024, tornando-as as primeiras presidenciais de três dias na história da Rússia.

A Comissão Eleitoral da Rússia recebeu até 16 candidaturas para as eleições presidenciais, incluindo a do presidente Putin. De acordo com o calendário oficial, os candidatos têm até 27 de dezembro para apresentar um primeiro pedido de registo à Comissão Eleitoral.

Se a decisão da Comissão for favorável, qualquer candidato independente (que não seja apoiado por um partido representado na Duma) deve então recolher 300 mil assinaturas de apoio e apresentá-las pelo menos 45 dias antes das eleições.

A Comissão Eleitoral tem depois de anunciar a decisão final no prazo de 10 dias. Os territórios ocupados pela Rússia no leste e no sul da Ucrânia também vão participar nas eleições.

Vladimir Putin está a tentar obter um novo mandato de seis anos no Kremlin. Em teoria, o atual chefe de Estado russo pode permanecer no Kremlin até 2036, ano em que completa 84 anos.

Leia Também: Comissão Eleitoral russa registou 16 candidatos às presidenciais de 2024

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