Ex-MNE de Espanha propõe relançar multilateralismo após conflitos

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"Se olharmos para o multilateralismo... Os grandes momentos de cooperação aconteceram sempre no final dos conflitos. No final da Primeira Guerra Mundial observámos a criação dos primeiros blocos e organizações internacionais, a segunda vaga foi no fim da Segunda Guerra Mundial, criámos as instituições que hoje ainda fazem parte das nossas vidas [...], e com a queda do muro de Berlim criámos aquilo que é a arquitetura para gerir as nossas relações comerciais", disse a antiga diplomata espanhola, durante um painel sobre os desafios da globalização.

O crescimento do multilateralismo "vem sempre depois dos conflitos", insistiu, mas agora o planeta "está no meio de conflitos, por isso é preciso olhar para os problemas deste período, com conflitos, e perceber o que é que se pode fazer".

E acompanhando esta tesa, Arancha González advogou que há "grandes dificuldades" nas relações internacionais atualmente.

"A primeira é uma evidente mudança na balança do poder no mundo e isso já é óbvio na esfera económica. Quando entrei para o mercado de trabalho, a China representava 2% da economia mundial, hoje representa 20%, mas a representação da economia chinesa, por exemplo, no Fundo Monetário Internacional não é comensurada a essa mudança", sustentou.

Já Bertrand Walckenaer, vice-presidente executivo da Agência Francesa para o Desenvolvimento, considerou que é preciso olhar para as economias emergentes como uma oportunidade de relançar a cooperação internacional e a globalização.

"[As economias emergentes] querem dizer que têm uma voz, querem defender os seus interesses e participar em palcos maiores. Ora, uma voz mais forte das economias emergentes é também uma oportunidade para discutir as responsabilidades que querem e têm de ter, por exemplo, na luta contra as alterações climáticas", defendeu.

A segunda edição do fórum do Banco Europeu de Investimento realizou-se entre quarta-feira e hoje, no Luxemburgo.

A Lusa viajou a convite da instituição.

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