Exportações da mina moçambicana de Moma recuam 18% no segundo trimestre

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As exportações da mina de Moma, norte de Moçambique, uma das maiores produtoras mundiais de titânio e zircão, recuaram 18% no segundo trimestre deste ano, face a 2023, mas a operadora garantiu ter uma "forte carteira de encomendas".

De acordo com informação ao mercado prestada pela Kenmare, que opera a mina, em três meses foram feitos carregamentos de vários minerais acabados no total de 234.700 toneladas (areias pesadas, zircão, ilmenite e rutilo), também menos 3% face ao primeiro trimestre, e que por sua vez ascenderam a 477.600 toneladas no total do primeiro semestre, um recuo homólogo de 14%.

A queda nos carregamentos da operação na costa da província de Nampula deveu-se "principalmente às más condições climáticas" e à "manutenção operacional", o que condicionou o "tempo de embarque", explicou a empresa.

"As condições encorajadoras de mercado continuaram no segundo trimestre de 2024, com a procura particularmente robusta para a ilmenite da Kenmare, e a empresa tem uma forte carteira de encomendas para o terceiro trimestre", lê-se na mesma informação.

"A demanda pelos nossos produtos permanece robusta e os preços da ilmenite no primeiro semestre ficaram acima das nossas expectativas, impulsionados pelo aumento da produção global de pigmentos", afirmou o diretor da Kenmare, Michael Carvill, citado na informação.

A empresa terminou o mesmo período com 58,5 milhões de dólares (53,5 milhões de euros) em caixa, depois de pagar 34,4 milhões de dólares (31,5 milhões de euros) em dividendos e de ter "reembolsado todas as dívidas", estando "bem capitalizada para financiar a atualização e transição" da mina.

A Kenmare, de origem irlandesa e que opera em Moçambique através de subsidiárias das Maurícias, anunciou anteriormente que pagou 30,5 milhões de dólares (27,8 milhões de euros) em 2023 ao Estado moçambicano, em taxas e impostos.

Trata-se de uma das maiores produtoras mundiais de areias minerais, cotada nas bolsas de Londres e Dublin, sendo que a produção em Moçambique representa aproximadamente 7% das matérias-primas globais de titânio.

A empresa fornece clientes que operam em mais de 15 países e que usam os minerais pesados em tintas, plásticos e cerâmica.

A mina de Moma contém reservas de minerais pesados que incluem titânio, ilmenite e rútilo, que são utilizados como matérias-primas para produzir pigmento de dióxido de titânio, assim como o mineral de silicato de zircónio de valor relativamente elevado, o zircão, de acordo com a empresa.

A mineradora anunciou em abril de 2023 que prevê explorar um novo filão dentro de dois anos, na concessão de Moma, sinalizando a longevidade e rentabilidade da mina.

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