No Fórum Banca 2024, conferência organizada pelo JE e PwC que se realizou esta quinta-feira, Pedro Leitão considerou que o país tem dois desafios fundamentais para os próximos anos: a demografia e uma agenda de crescimento.
Pedro Leitão, CEO do Banco Montepio, realçou no Fórum Banca 2024, conferência promovida pelo JE e pela PwC, que falta a Portugal uma agenda de crescimento, em face dos desafios que se colocam ao país nos próximos anos.
A perspectiva do próximo ano é positiva. Somos uma democracia consolidada, o país tem mecanismos instituídos. A demografia é uma questão central e é preciso aí alguma mobilização e uma agenda de crescimento que é algo que falta mesmo ao país”.
A reflexão foi deixada esta quinta-feira no Fórum Banca 2024, o habitual encontro anual que junta os melhores especialistas do sector, com a organização do JE e da PwC e que teve lugar no auditório da Fundação Calouste Gulbenkian, em Lisboa. Os temas fortes desta edição foram os critérios ESG de sustentabilidade ambiental, social e de governance e a Inteligência Artificial.
Na mesa redonda dedicada ao desafio do ESG, com ênfase na combinação de rentabilidade, sustentabilidade e responsabilidade, o responsável máximo do Banco Montepio sublinhou que o ESG “é uma oportunidade” e que o tema da sustentabilidade “é uma resposta que cada um de nós tem que dar”.
Para o CEO do Banco Montepio, existe neste contexto da sustentabilidade “um sentido de urgência até porque os sinais não são fantásticos”.
Sobre a sustentabilidade como oportunidade de negócio, Pedro Leitão considerou que “a magnitude dos investimentos passam pela “oportunidade de criar negócio e atrair mais clientes”.
Questionado sobre os sectores de atividade que podem estar menos sujeitos ao investimento, o CEO do Montepio deu o exemplo da indústria do tabaco: “Os bancos não estão tão permeáveis para investir”, alertou Pedro Leitão, recordando que “a banca tem um papel importante mas há outras fontes de financiamento no mercado”.
Relativamente ao papel social do Banco Montepio, o CEO da entidade puxou dos galões para recordar que este é o banco “mais antigo de Portugal” (cumpre 180 anos de existência em março) e é também “líder na economia social”: O nosso papel tem sido importante sobretudo na sensibilização. Somos fundadores na iniciativa The Voice, para trazer as PME e IPSS para este caminho para que continuem a ter negócio”.
“Não há falta de engajamento do sector em relação à sustentabilidade. Mas este é um caminho que se faz caminhando e ainda há muito por fazer”, recordou Pedro Leitão.
O tema do ‘greenwashing’ também mereceu uma reflexão por parte deste responsável: “Há um caminho progressivo e há instrumentos cada vez mais robustos, a transparência é fundamental e há necessidade de certificação de informação, o que abre uma oportunidade para a área dos serviços. O caminho é de seriedade e de responsabilização por parte das entidades”.