Em 2021, o Recenseamento da População realizado pelo INE mostrava um aumento de quase meio milhão no número de agregados domésticos em Portugal, designação que genericamente corresponde ao conceito corrente de família.
O número de 4,2 milhões de agregados domésticos existentes em Portugal em 2021 correspondeu a um aumento de 14% face a 2001, quando se contabilizaram 3,7 milhões de agregados. Também o número de famílias sem núcleo (genericamente constituídas apenas por uma pessoa ou por pessoas sem laços familiares) cresceu significativamente neste período, passando de 700 mil em 2001 para 1,1 milhões em 2021, o que representa um aumento de 64%, revela a Marktest.
Em termos relativos, esta subida foi ainda maior no número de famílias monoparentais (mãe ou pai com filhos), que passou de 301 mil em 2001 para 506 mil em 2021, um aumento de 68%. Embora o aumento relativo tenha sido mais significativo entre as famílias constituídas por um pai com filhos (que cresceu 81%), a verdade é que 85% das famílias monoparentais são constituídas por uma mãe com filhos.
Em sentido oposto, o número de casais baixou 5,5% no período em análise, tendo esta diminuição sido causada pela evolução do número de casais com filhos, que passou de 1,6 milhões em 2001 para 1,3 milhões em 2021, baixando assim 19% em 20 anos.
Já o número de casais sem filhos aumentou 20%, passando de 860 mil em 2001 para um milhão em 2021. Do total de agregados domésticos que viviam em Portugal em 2021, 32% eram casais com filhos, 28% agregados sem núcleo, 25% casais sem filhos, 12% famílias monoparentais e 3% famílias com 2 ou mais núcleos.
Estes números contrastam com a situação observada 20 anos antes, quando 45% das famílias eram constituídas por casais com filhos, 24% por casais sem filhos, 19% por agregados sem núcleo, 8% famílias monoparentais e 4% famílias com 2 ou mais núcleos.