“Fazer um business plan no pós-Simplex não é tão simplex assim”, aponta investidor mobiliário

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Nuno Vicente Santos, Head of Portugal da RE Capital, considera que os promotores terão de assumir mais risco do que anteriormente. “Com o Simplex há uma redução brutal no tempo de licenciamento, mas abre uma panóplia de riscos e não é possível prever quanto isso vai custar”, defende.

Elaborar um business plan após a entrada em vigor do novo Simplex Urbanístico passou a ser um desafio acrescido, uma vez que a nova legislação, que entrou hoje em vigor, aumenta o risco que os promotores e investidores privados assumem em cada projeto. A mensagem foi transmitida por Nuno Vicente Santos, Head of Portugal da RE Capital na conferência “Simplex Urbanístico: oportunidades e desafios”, que decorre esta manhã na sede da Cuatrecasas em Lisboa, com o Jornal Económico como media partner.

O Simplex Urbanístico procura facilitar e agilizar os processos de construção, com novidades como o fim dos alvarás de construção e utilização, a agilização de prazos, a uniformização dos procedimentos e exigências das autarquias e a possibilidade de os proprietários mudarem o uso comercial de uma fração para habitacional sem autorização dos restantes condóminos. O Simplex dá mais liberdade aos promotores mas, em contrapartida, responsabiliza-os pelo cumprimento das regras, com a fiscalização a ser feita à posteriori.

“Fazer um business plan no pós-Simplex não é tão simplex assim, já que aumenta os riscos para os investidores privados. A questão é a incerteza do risco e é aqui que peca o Simplex”, afirmou o responsável da gestora de investimento imobiliário.

Nuno Vicente Santos acredita que, com o aumento do risco que têm de assumir, os investidores vão adotar uma postura mais conservadora, assim como o sector bancário. “Ao nível do financiamento a banca vai ter uma postura mais conservadora. Os bancos vão ter muito mais monitorização do projeto em si”, realçou.

Se antes do Simplex a grande questão era o licenciamento e o impacto que tinha na estrutura de financiamento, agora o responsável defende que no pós-Simplex a vantagem é que “há uma redução brutal no tempo de licenciamento, mas abre uma panóplia de riscos e não é possível prever quanto isso vai custar”.

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