O sinal dado pelo presidente da Fed não foi propriamente o esperado, dado que o mercado apostava num reforço do compromisso na luta contra a pressão nos preços. Para janeiro, o mercado atribui 10% de probabilidade de um corte, quando há uma semana dava 2%.
O mercado vem apostando cada vez mais em cortes de juros nos EUA, crescendo a probabilidade estimada pelos investidores de uma redução dos juros já em janeiro, isto depois do discurso particularmente dovish do presidente da Reserva Federal, Jerome Powell, após a reunião de dezembro.
Segundo a FedWatch Tool, da CME, os investidores e analistas atribuem 10,3% de probabilidade a cortes já na próxima reunião, um valor que subiu de 2,1% há uma semana, num sinal do impacto do discurso de Powell. A expectativa era que o presidente da Fed reforçasse o compromisso com a luta contra a inflação e tentasse contrariar esta visão do mercado, mas o resultado acabou por ser outro.
Powell apresentou uma postura mais dovish do que se esperava, admitindo que a discussão sobre cortes de juros aconteceu e deverá ser uma constante nas próximas reuniões, mas também se debruçando sobre as previsões medianas dos membros do comité de política monetária que apontavam para seis cortes de taxas até ao final de 2024.
O sinal ao mercado estava dado e, voluntariamente ou não, o presidente da Fed deu força às visões de que os cortes de juros estarão prestes a chegar à maior economia do mundo. Duvidando que se tenha tratado de um erro, e sim de um sinal do que estará por vir, vários analistas têm equacionado o motivo por detrás desta postura menos agressiva contra a pressão nos preços, apontando a possíveis problemas no mercado residencial norte-americano.
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