Francisco Porto Fernandes, presidente da Federação Académica do Porto, revelou esta quinta-feira que até ao momento, apenas 3% das 18 mil camas prometidas em 2018 estão concluídas e somente 3 mil estão com a empreitada em curso.
A Federação Académica do Porto (FAP) afirmou esta quinta-feira, 1 de fevereiro, estar “extremamente preocupada com o atraso crónico” na execução do Plano Nacional para o Alojamento no Ensino Superior (PNAES).
“Até ao momento, apenas 3% das 18 mil camas prometidas em 2018 estão concluídas e somente 3 mil estão com a empreitada em curso”, afirmou a estrutura académica em comunicado.
O PNAES foi anunciado pelo Ministério da Ciência, Tecnologia e Ensino Superior em 2018 e, posteriormente, integrado nas intervenções a financiar pelo PRR e como todos os projetos financiados pelo programa terá de ser concluído até 2026.
Os estudantes salientam o facto de o atraso estar a ser agravado pelo aumento do preço médio de arrendamento dos quartos no Porto. Em 2018, quando o PNAES foi apresentado, o preço rondava os 306 euros, tendo aumentado cerca de 34% desde então. Atualmente, segundo dados do Observatório para o Alojamento Estudantil, está nos 410 euros.
“Num ano, a FAP ergueu uma residência com 40 camas, em seis anos o Estado central construiu apenas 400. O país vive uma crise habitacional gravíssima. O alojamento estudantil é o principal entrave à frequência do Ensino Superior”, afirma Francisco Porto Fernandes, presidente da Federação Académica do Porto. “O PNAES está atrasadíssimo e a este ritmo não será cumprido. Se nada for feito, voltaremos a ter anos e anos com estudantes colocados, mas desalojados”.
O presidente da FAP apela, por isso, que a igualdade de oportunidades no Ensino Superior seja uma prioridade do próximo governo. “A FAP lançou na semana passada um Caderno de Medidas com objetivos para a legislatura e propostas concretas para o alcançar. Construir camas é essencial para a igualdade de oportunidades. Até 2028 temos de atingir as 50 mil camas em residências públicas.”