O Marmostra, que é organizado pela Associação de Moradores da Praia da Tocha, nasceu em 2017 como mostra de curtas-metragens com o mar por tema, tendo passado a festival internacional de cinema na sua quinta edição, em 2022, adicionando mais duas categorias a concurso, o ambiente e as tradições.
Em declarações à agência Lusa, Paulo Delgado, fundador do Marmostra, notou que o festival recebeu, este ano, 2.249 candidaturas de 125 países, mas a esmagadora maioria, mais de 1.600, foram eliminadas por não terem cumprido o regulamento do evento.
"O grande problema é que as pessoas não leem o regulamento, destas 2.249 nós aproveitámos 600 que cumpriam o regulamento. Estamos a pensar [de futuro] pôr um preço de inscrição [atualmente gratuita], nem que seja simbólico, que leve as pessoas a lerem o regulamento antes de pensarem em gastar dinheiro", revelou o organizador.
Destas 600 inscrições, 40 curtas-metragens de 12 países (Portugal, Brasil, França, Reino Unido, Irão, Índia, Bulgária, Argentina, Áustria, Kosovo, África do Sul e Polónia) foram selecionadas pelo júri para serem exibidas nas três noites do festival, que decorre no Largo da Fonte, na Praia da Tocha, com entrada gratuita.
A exemplo do ano passado, o Irão foi o país que mais candidaturas enviou, já que a república islâmica do Médio Oriente "é dos países mais fortes no cinema", assim a exemplo do Bollywood indiano.
No entanto, tal como outras candidaturas, a maior parte das inscrições oriundas do Irão não respeitou os critérios para serem admitidas, desde logo a obrigatoriedade de as 'curtas' a concurso serem faladas ou terem legendas em português, cujo incumprimento é fator eliminatório.
O Marmostra International Film Festival distingue as melhores curtas-metragens de cada uma das três categorias a concurso (Mar, Ambiente e Tradições) com três prémios: o primeiro lugar recebe 300 euros, o segundo classificado 150 euros e o terceiro colocado uma menção honrosa.
Já o Marmostra Júnior, destinado a realizadores até aos 15 anos, que apresentem uma curta-metragem com o mar por tema, ficou este ano deserto e não se vai realizar, porque "não houve ninguém que concorresse que estivesse dentro do regulamento", disse Paulo Delgado.
O festival tem o apoio da Câmara Municipal de Cantanhede e da Junta de Freguesia da Tocha e, este ano, o Alto Patrocínio do Presidente da República.
Leia Também: Resistência em zonas de conflito e cinema de William E. Jones nos festivais Queer