Fica ou sai. Democratas estudam prós e contras de continuação de Biden

2 meses atrás 74

Joe Biden, em Harrisburg, Pennsylvania Nathan Howard - Reuters

Enquanto Joe Biden tenta recuperar a posição como candidato certo para continuar na corrida eleitoral de Novembro, a preocupação sobre a aptidão do atual presidente espalha-se entre os democratas. Os diversos elementos do partido estão a pesar os prós e contras de manter Biden como cabeça de lista.

Será mais arriscado continuar com Biden ou deixá-lo para trás? O Partido Democrata continua a analisar qual será a melhor resposta e sucedem entrevistas de várias figuras que dividem o partido, enquanto Joe Biden intensifica a campanha eleitoral. Neste domingo, o candidato Biden apareceu em duas ações de campanha na Pensilvânia, ao mesmo tempo que o líder da minoria na Câmara, Hakeem Jeffries, tinha convocado uma reunião com legisladores democratas de alto peso do partido. Em cima da mesa estava a discussão sobre a candidatura de Biden.

Entre os participantes, pelo menos quatro foram da opinião de que Biden deveria desistir.

De acordo com a CBS, fontes afirmaram que pelo menos mais outros três expressaram dúvidas sobre a possibilidade de vencer em novembro. Se por um lado, para alguns democratas a manutenção desta candidatura pode ser desastrosa, para outros, substituir Biden pode não ser melhor.
Pela saída

Entre as argumentações dos democratas que preferem que Biden se afaste estão as preocupações sobre a capacidade física, devido aos 81 anos, e acuidade mental.


No passado domingo, em entrevista à NBC News, o representante da Califórnia, Adam Schiff, referiu que o debate "levantou, e com razão, questões sobre se o presidente tem vigor para derrotar Donald Trump".

Schiff não disse se Biden deveria desistir, embora seja uma posição já assumida publicamente por cinco democratas da Câmara , mas sugeriu que o candidato procurasse “conselhos de pessoas com distância e objetividade” e “tomasse uma decisão sobre se ele próprio acredita ser a melhor pessoa para levar a cabo esta missão".

"Dado o histórico incrível de Joe Biden, dado o histórico terrível de Donald Trump, ele [Biden] deveria estar a esfregar o chão com Donald Trump", afirmou Schiff. "Não deveria estar nem perto e há apenas uma razão para estar perto, e essa é a idade do presidente". Trump tem 78 anos.

Entretanto, uma prospeção ao eleitorado realizada pelo Wall Street Journal, divulgada na sexta-feira, 86 por cento dos democratas disseram que apoiariam Biden, abaixo dos 93%, em fevereiro.

Já antes da má prestação de Biden, no frente-a-frente com Donald Trump, tinha disparado o descontentamento entre os democratas, sobretudo, perante as políticas económicas norte-americanas e as resoluções dedicadas à crise migratória na fronteira sul do país. O tema Israel-Gaza também pesou entre o eleitorado de Michigan, onde Biden perdeu, pelo menos 100 mil votos, durante as primárias, em fevereiro.

O ex-representante de Ohio Tim Ryan durante uma entrevista à Fox News, durante o fim-de-semana deixou clara a sua opinião: "Acho que vai ver-se uma grande de pressão, seja hoje ou amanhã, a qualquer momento desta semana, consoante os membros do partido tomarem consciência que esta possibilidade pode ser insustentável para eles". E remata – “Biden vai arrastar todos para baixo".

O desconhecido é um risco? Ou Kamala é solução?
Nos últimos dias, vários aliados do atual presidente, alegam que Biden mantem um sucesso comprovado e alertam para esta divisão entre democratas.

Porém, para Ryan, uma possível substituta poderá ser a vice-presidente de Biden, Kamala Harris. "Acredito firmemente que o nosso melhor caminho a seguir é Kamala Harris. Aqueles que dizem que uma candidatura de Harris é um risco maior do que o de Joe Biden que vimos na outra noite, vamos continuar a não querer enfrentar a realidade”. O congressista insiste que Harris poderá vencer Trump "de forma esmagadora".

Gavin Newsom, governador da Califórnia que acompanhou Biden nas ações de campanha em Doylestown, Pensilvânia, no sábado, deixou várias mensagens dirigidas ao próprio partido democrata.

“É a hipótese que atrapalha o progresso em termos de promoção desta candidatura”. “É exatamente onde o outro partido quer que estejamos, alimentar este desentendimento interno, e acho que é extraordinariamente inútil”, afirmou Newsom.

Os defensores de Biden dizem publicamente que substituí-lo “pode ser um benefício direto para os republicanos de Trump”, que irão aproveitar para argumentar que os democratas não se entendem. "Temos que parar de falar sobre isso", disse a representante Debbie Dingell de Michigan na CNN. "Passámos uma semana inteira. Os republicanos estão a divertir-se muito. Quero dizer, precisamos de voltar a falar sobre Donald Trump e seu desempenho".

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