O FC Porto voltou a cair com estrondo em casa, aos pés de um Vitória SC bastante batalhador. Eis as principais figuras da partida, com especial destaque para Jota Silva, que personificou a crença vitoriana.
Uma autêntica força da natureza
Ver Jota Silva no Dragão foi o mesmo que observar um tornado que, com as suas fortes rajadas de vento, leva tudo à frente. O vitoriano, com a força de vontade que lhe é intrísseca, procurou e aproveitou os espaços nas costas da defensiva portista. Coroou a sua exibição com um golo que comprova isto mesmo: ao ver o buraco que Fábio Cardoso criou, o português rompeu por aí, ganhou a frente ao experiente Pepe e já no limite finalizou com destreza. Não é por acaso que foi convocado por Roberto Martínez!
Quando chamado, disse presente
Para além da falta de resposta adequada do ataque portista, outra razão que explica o resultado é a resiliência defensiva do Vitória SC. Aí, Jorge Fernandes esteve imperial, especialmente no que toca ao aliviar o perigo. Sempre que a bola rondou a sua zona, disse presente e deu a resposta adequada ao perigo existente. Destacou-se dos seus colegas por se mostrar muito mais ativo, aguerrido e imperial, terminando como vencedor dos vários duelos que disputou. Pode não ter decidido sempre bem, mas mostrou a força de vontade que estes jogos exigem!
Agarrou o que lhe passou à frente
Não foi o jogo onde esteve mais ativo, contudo mostrou-se bastante seguro. Lançou-se às feras em cada cruzamento direcionado para a sua zona, agarrando tranquilamente o esférico. Dos poucos remates que foram à sua baliza, só não conseguiu defender um, mesmo não tendo qualquer culpa. Após a lesão que o afastou dos relvados durante bastante tempo, Bruno Varela está de volta na sua melhor imagem.
A redenção
O seu início de jogo não foi alegre, pois assinou o primeiro golo...do Vitória SC. Daí em diante, o extremo recorreu às suas capacidades para se redemir. E, de facto, conseguiu: foi o próprio que, pelo flanco habitual, procurou agitar a muralha vitoriana. Dura como uma pedra, a defensiva vitoriana não foi fácil de quebrar, até que atingiu o que pretendia. A assistência de Danny Namaso foi meio golo, mas a outra metade só foi conseguida porque Galeno efetivou mais um dos seus característicos sprints em alta rotação.
Ligado à corrente
Francisco Conceição, juntamente com Galeno, foi quem personificou o desejo de reverter o resultado. No pleno uso de todas as suas forças, o extremo esteve sempre em busca de desiquilibrar. É certo que nem sempre as coisas lhe saíram de feição, especialmente no capítulo da finalização, mas conseguiu, sozinho, compensar as falhas que Jorge Sánchez foi tendo e cobrir com maior capacidade o centro do terreno, estando permanentemente ligado à corrente do jogo.
De batuta na mão
Indissociável dos ataques vitorianos bem desenhados do primeiro tempo e dos golos da vitória: é ele quem ganha a falta da qual resulta o 0-1, ao forçar a ação faltosa de Nico. No segundo, trouxe ao de cima uma das suas qualidades reconhecidas. Com conta, peso e medida, levantou a cabeça e assistiu na perfeição Jota Silva para o 1-2. O jogo jogado do segundo tempo não foi o mais favorável para as suas qualidades, mas quando solicitado, respondeu como pôde, sempre de batuta na mão.
Surpresa em todos os sentidos
Causou algum espanto a sua escolha, já que não é habitual titular. Hoje, foi o escolhido, mas não aguentou sequer uma hora de jogo. Vontade não lhe faltou, mas a qualidade não esteve no ponto: foi demasiado errático nas suas ações, tanto nos passes como a fechar espaços aos adversários. Tentou a sua sorte em dois remates, contudo ambos foram para fora. Foi surpresa em todos os sentidos, todavia a sorte não lhe sorriu.
Desligado da corrente
Não é por acaso que Sérgio Conceição esteve prestes a colocar Zé Pedro ainda antes do intervalo: Fábio Cardoso acumulou erros atrás de erros, seja na velocidade, seja no posicionamento dos apoios. O pecado capital do camisola dois dos dragões foi principalmente a abordagem aos lances, onde se revelou demasiado passivo perante a hiperatividade do ataque vitoriano. Foi pelo seu lado do centro da defesa que Jota Silva e Kaio César foram rompendo, aproveitando as crateras que o mesmo foi deixando nas suas costas. Uma primeira parte certamente a esquecer para o central.