Flechas do Marseille acompanhadas pelo sublime virtuosismo

6 meses atrás 114

Após um ciclo de resultados bastante positivo, com quatro triunfos consecutivos, o Marseille voltou a cair na teia da falência exibicional que tanto atormentou a equipa durante a temporada. São já quatros os desaires consecutivos, com Jean-Louis Gasset a não ter o antídoto para recuperar a estabilidade coletiva. No entanto, no meio de tanta incapacidade organizacional, a turma gaulesa possui múltiplas valências, que o Benfica, adversário na Europa League, necessita de ter em atenção.

Armas distintas num armário personalizado

Após inúmeras alterações táticas, os olympiens têm entrado, recentemente, em campo com um 4-1-2-3 bastante vincado. Geoffrey Kondogbia, quando está nas condições físicas ideais, costuma ser o elemento mais recuado no triângulo do miolo. Fruto da sua imponente constituição física, o atleta de 21 anos é o pêndulo ofensivo do respetivo conjunto, ficando responsável pela ligação entre a linha mais recuada e os jogadores mais criativos.

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Jordan Veretout e Azzedine Ounahi, apesar de terem características diferentes entre si, complementam-se na perfeição. O meio-campista francês é conhecido pela sua grande polivalência, estando bastante confortável tanto na condução do esférico como no desarme. Um autêntico box-to-box, que já leva 36 jogos nas pernas na presente época. Já o marroquino é sinónimo de virtuosismo. A sua apurada capacidade técnica é preponderante nos constantes desequilíbrios do grupo. A excelente prestação individual no Mundial 2022 não passou despercebida....

Quanto à frente de ataque, surgem algumas dúvidas no corredor direito: Luis Henrique ou Iliman Ndiaye? Independentemente da opção, uma coisa é certa... velocidade não vai faltar. Se num lado vai reinar a capacidade de explosão, noutro irá predominar a irreverência. Amine Harit, com a sua superlativa leitura de jogo, será uma constante dor de cabeça para os encarnados, que terão que encontrar forma de anular todo o seu fantasismo.

Um cuidado especial: Auba é flecha-mor

O sujeito responsável por visar a baliza de Trubin já está acostumado aos grande palcos. Pierre-Emerick Aubameyang soma 23 golos e 10 assistências em 2023/24. Um registo impressionante, mas que o ex-Chelsea quer certamente ampliar na próxima disputa. Finalização, aceleração, frieza. O gabonês tem tudo. De realçar, ainda, o setor mais recuado, formado nos últimos duelos por Quentin Merlin, Leonardo Balerdi, Samuel Gigot e Ulisses Garcia, devido à ausência do experiente Jonathan Clauss. Como tal, Chancel Mbemba, presente na convocatória após lesão, poderá assumir o papel de lateral direito, função que já é familiar para o antigo jogador do FC Porto. Por último, mas não menos importante, Pau López é o habitual titular na baliza dos phocéens.

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As falhas individuais têm custado muito caro à formação de Gasset. Frente a emblemas que apostam numa pressão alta, os jogadores têm demonstrado visíveis debilidades a sair das zonas mais congestionadas. Desta forma, as perdas da posse de bola são constantes e em zonas bastante delicadas. Para além disso, quando o esférico está com o adversário, a abordagem do Marseille costuma ser mais contida. O conjunto francês prefere recuar no terreno contra equipas com valor superlativo, explorando, posteriormente, um futebol muito vertical.

A elevada velocidade de processos é mesmo a principal arma dos olympiens, que geram múltiplas descompensações defensivas, por intermédio das flechas apontadas à área contrária. O coletivo depende então da inspiração dos extremos, fenómeno que recai nos índices de confiança dos intervenientes. Um plano A consistente. Contudo, falta uma estratégia suplementar. Veremos se haverá alguma surpresa destinada para a próxima quinta-feira.

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