Forças de Kiev voltam a visar alvos na Rússia após ataques em alta escala

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Trata-se de uma operação conjunta do Serviço de Segurança da Ucrânia (SBU) e a Direção-Geral de Informações do Ministério da Defesa (GUR) e na qual terão sido atingidos vários alvos nas regiões de Astracã, Rostov e Volgogrado, segundo fontes de ambas as entidades, citadas pelas agências de notícias ucranianas.

Os ataques visaram um campo de aviação militar localizado em Akhtubinsk, na região de Astracã, uma subestação elétrica em Rostov e um depósito de petróleo na cidade de Kalach-no-Don, em Volgogrado.

Na operação, alguns dos 'drones' utilizados terão sido neutralizados pelas defesas antiaéreas russas.

"O inimigo pagará por todos os seus crimes", salientaram aquelas fontes, insistindo que os serviços de Defesa e de Informações ucranianos continuarão a atacar durante o verão todas as instalações militares e civis russas que trabalham para a guerra da Ucrânia.

Esta nova ofensiva em território russo ocorre depois do ataque em grande escala contra várias cidades ucranianas, que fez cerca de 40 mortos e 170 feridos em cidades como Kiev, atingindo um hospital infantil, Kryvyi Rih e Dnipro, e outras na província de Donetsk.

O ataque contra o centro hospitalar de Okhmatdyt, na capital ucraniana, deixou o país em choque e provocou grande indignação entre os aliados de Kiev.

Pelo menos 31 pessoas, incluindo quatro crianças, morreram em Kiev, onde mísseis russos e os seus destroços atingiram, além do hospital pediátrico, uma clínica privada e edifícios de apartamentos em vários bairros.

Na manhã de hoje, cinco corpos foram retirados dos escombros de um edifício residencial no distrito de Syrets (oeste), segundo o presidente da câmara, Vitali Klitschko, elevando para 12 o número total de pessoas mortas nesta construção.

No hospital Okhmatdyt, dois adultos, incluindo uma médica e uma visitante, morreram e 32 pessoas ficaram feridas, informaram as autoridades após o fim das operações de resgate de manhã.

Dos cerca de 630 doentes que ali se encontravam, 94 foram transferidos para outros hospitais da capital, mais de 465 tiveram de regressar a casa e 68 permaneceram em edifícios que não foram afetados pelo ataque, indicou o Ministério da Saúde.

A autarquia declarou hoje dia de luto na capital e as bandeiras foram colocadas a meia haste.

O comandante das Forças Armadas, Oleksandr Syrsky apontou um "crime de guerra" russo que "chocou o mundo com a sua crueldade" e pelo qual não haverá perdão.

Segundo os últimos dados, 64 vítimas dos ataques permaneciam hospitalizadas em Kiev, outras 28 em Kryvyi Rig, a cidade natal de Zelensky, no centro-sul do país, e outras seis em Dnipro, uma grande cidade no centro-leste.

A Ucrânia indicou que o ataque ao hospital pediátrico foi realizado com um míssil de cruzeiro russo Kh-101 disparado de um bombardeiro.

O Kremlin, que negou qualquer crime ou erro desde o início da sua invasão, em fevereiro de 2022, responsabilizou a defesa antiaérea ucraniana, afirmando, como sempre, que nunca "atingirá alvos civis".

A representante do Alto Comissariado da ONU para os Direitos Humanos na Ucrânia, Danielle Bell, considerou "muito provável" que o hospital tenha sido atingido por "um impacto direto" de um míssil russo, referindo-se também ao projétil do tipo KH-101, que é visível em imagens vídeo.

Zelensky, que é esporeado na cimeira da NATO, que hoje começa em Washington, exigiu ao Ocidente uma "resposta mais forte" à Rússia.

Está também prevista uma reunião de emergência do Conselho de Segurança da ONU para hoje, a pedido do Presidente ucraniano.

Os ataques russos contra a Ucrânia continuaram durante a a última madrugada: duas pessoas ficaram feridas na região de Kherson e outras três na região de Zaporijia, ambas situadas no sul.

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