Fórum para a Competitividade projeta 0,9% a 1,3% de crescimento este ano

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A segunda metade do ano será menos penosa, com um esperado alívio do lado dos juros e menos incerteza política, embora o organismo não acredite numa solução estável após as eleições legislativas de março. Inflação deve recuar e desemprego sobe de forma contida.

O Fórum para a Competitividade projeta que a economia portuguesa abrande significativamente este ano, caindo de um crescimento de 2,1% a 2,2% em 2023 para entre 0,9% e 1,3%, embora o segundo semestre deva ser de menores dificuldades. A inflação também deve descer com o abrandamento da atividade, voltando a 2% em 2025, e o desemprego também subirá, embora com um incremento limitado.

A subida das taxas diretoras e o ambiente externo determinarão um crescimento abaixo do registado no último ano para a economia portuguesa, aponta o Fórum no seu relatório de perspetivas empresariais de janeiro, embora haja a expectativa que a dinâmica dos juros comece a normalizar na segunda metade do ano. Outro fator que contribuirá para a maior estabilidade interna será a “clarificação da situação política” após as eleições de março, lê-se no documento.

Ainda assim, as eleições “dificilmente conseguirão produzir um governo baseado numa maioria estável, pelo que a incerteza política diminuirá de modo limitado”, escreve o diretor do gabinete de estudos do Fórum, Pedro Braz Teixeira.

O ano passado terá fechado com uma quebra significativa da atividade, dando seguimento ao recuo do PIB no terceiro trimestre, e a primeira metade de 2024 não se afigura fácil, com a tensão no Mar Vermelho a agravar custos, embora de forma insuficiente para travar a trajetória de desinflação que se tem verificado.

O Fórum projeta que o ano feche com uma inflação entre 2,4% e 2,9%, taxa que abranda em 2025 para entre 1,8% e 2,3%, alinhando assim com o objetivo de médio-prazo do Banco Central Europeu (BCE).

“Em 2024, há alguns fatores que poderão dificultar o abrandamento da desinflação: um ligeiro alívio fiscal no IRS, a transferência de prestações do crédito à habitação para anos futuros; a descida do IVA de alguns alimentos deixará de estar em vigor. No entanto, ainda que possa haver algumas subidas do início do ano, isso não deverá colocar em causa a tendência geral de desinflação”, lê-se no documento.

Por outro lado, Portugal continua como um dos países mais expostos a flutuações nas taxas de juro, dada a grande prevalência de taxas variáveis. O crédito às famílias e às empresas tem recuado em Portugal, ao passo que já inverteu essa tendência na zona euro, um sinal do “maior peso da taxa variável, o que torna o crédito especialmente vulnerável às taxas de referência do BCE e às Euribor”.

Finalmente, o desemprego também deve subir em linha com a quebra da atividade, embora de forma contida. O think-tank antecipa um aumento ligeiro da taxa de desemprego, de entre 6,5% e 6,6% em 2023 para entre 6,6% a 6,8% em 2024, um intervalo próximo da projeção para 2025, entre 6,5% e 6,9%.

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