Representantes do Ministério dos Negócios Estrangeiros (MNE) francês afirmaram, durante um encontro com jornalistas, que a Federação Russa está a manipular informação e a espalhar mentiras, visando aliados ocidentais importantes da Ucrânia, como Polónia, Alemanha e França.
Apontaram, em particular, mensagens na X e em sítios alegadamente noticiosos, descrevendo a campanha como "massiva na dimensão" e "complexa na estrutura".
O objetivo da campanha permanece o mesmo: exagerar o desempenho russo na invasão da Ucrânia, minimizar e desacreditar a resistência ucraniana, minar a resiliência da população civil face aos ataques diários a cidades e vilas, quebrar o apoio ocidental à Ucrânia e perturbar o fornecimento de armas a Kyiv.
Mas estes representantes do MNE francês disseram também que a campanha russa vai além da invasão da Ucrânia, quando o ano corrente em várias eleições importantes, como nos EUA, na União Europeia e no Reino Unido.
Entre os objetivos russos estão confundir e assustar eleitores, desacreditar alguns candidatos e apoiar outros e perturbar grandes eventos desportivos, como os Jogos Olímpicos, em Paris, ou o campeonato europeu de futebol, na Alemanha.
No último mês, dirigentes franceses do setor da defesa divulgaram que a França tem sido um alvo da campanha russa desde que o presidente Emmanuel Macron reafirmou o apoio a Kyiv.
Em 2023, a agência francesa de combate à interferência digital estrangeira, VIGINUM, revelou que estava a monitorizar a campanha russa depois da invasão da Ucrânia e que a França era um dos Estados europeus visados pelos russos.
Disse ainda que tinha rastreado a campanha até indivíduos, empresas e "entidades estatais ou ligadas ao Estado russo".
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