França, Estados Unidos e Israel formam triunvirato para conter tensão com Líbano

3 meses atrás 73

Aziz Taher - Reuters

O presidente francês, Emmanuel Macron, anunciou na cimeira do G7 que França, Estados Unidos e Israel vão trabalhar em formato trilateral no plano de Paris para conter as tensões na fronteira israelo-libanesa.

"Todos partilhamos uma preocupação sobre a situação na fronteira com o Líbano", afirmou Macron à imprensa na quinta-feira, após o primeiro dia de reuniões em Borgo Egnazia, no sul de Itália.

"Adotámos o princípio de uma troika Israel-Estados Unidos-França para avançar no plano que propusemos. Faremos o mesmo com as autoridades libanesas", acrescentou o chefe de Estado francês.Desde o final de janeiro que a França tenta conter a violência na fronteira entre Israel e o Líbano, algo que suscitou receios de uma guerra aberta.

Paris apresentou um primeiro plano a ambas as partes, que foi alterado no início de maio, a pedido de Beirute, que considerou a primeira versão demasiado favorável a Israel.

O plano propõe o fim da violência de ambos os lados e a retirada das forças da Al Radwan, a unidade de elite do movimento xiita libanês Hezbollah, e de outros grupos armados de uma zona tampão de dez quilómetros junto à fronteira com Israel.

O plano exige ainda total liberdade de movimentos para a Força Interina das Nações Unidas no Líbano, assim como um papel mais importante e um reforço de tropas para o exército libanês.

O Hezbollah tem recusado entrar em negociações enquanto não houver um cessar-fogo permanente na Faixa de Gaza, onde Israel lançou uma ofensiva contra o Hamas, após o movimento islamita palestiniano ter lançado um ataque sem precedentes em solo israelita em 8 de outubro.

O movimento xiita libanês, que afirma ter efetuado bombardeamentos nos últimos dois dias como represália pela morte de um dos seus comandantes num ataque israelita, recusa-se, nesta fase, a iniciar conversações enquanto não houver um cessar-fogo duradouro em Gaza. Aumenta tensão na fronteira com o Líbano

O Hezbollah revelou esta sexta-feira ter lançado rockets e drones contra nove instalações militares israelitas. A tensão na fronteira sul do Líbano aumenta, assim, pelo segundo dia consecutivo.


Os ataques foram realizados em retaliação a um ataque israelita, na terça-feira, que matou um alto comandante do movimento xiita apoiado pelo Irão. Este foi o maior ataque realizado pelo Hezbollah desde outubro, quando o grupo começou a trocar tiros com Israel em paralelo com a guerra de Gaza.

Na madrugada desta sexta-feira, um ataque a um edifício a leste da cidade portuária de Tiro matou uma mulher e provocou mais de uma dezena de feridos, muitos deles crianças, segundo afirmaram fontes de segurança libanesas à agência Reuters. O Hezbollah, apoiado pelo Irão, e Israel têm trocado disparos quase diários desde o início da guerra na Faixa de Gaza que começou em outubro.

O Hezbollah afirmou anteriormente, em comunicado, que disparou uma série de rockets Katyusha e Falaq contra seis localizações militares israelitas. O canal de televisão Al-Manar informou que foram disparados mais de 100 rockets de uma só vez.

O Hezbollah diz também que lançou drones contra o quartel-general do comando norte de Israel, um quartel-general de inteligência e um quartel militar.

Fonte citada pela Reuters indica que tal envolveu o disparo de pelo menos 30 drones ao mesmo tempo, tornando-se o maior ataque do grupo até agora na guerra de oito meses.

A agência de notícias estatal libanesa avançou esta sexta-feira que "aviões de guerra inimigos lançaram um ataque contra uma casa" em Janata, uma pequena localidade localizada na região de Tiro, na quinta-feira à noite.

Horas antes, as Forças de Defesa de Israel (IDF, na sigla em inglês) tinham anunciado novos bombardeamentos contra "edifícios militares" e "infraestrutura terrorista" do Hezbollah, no sul do Líbano.

"Durante a noite, aviões de combate atacaram edifícios militares em Aita al Chaab e infraestrutura terrorista em Einta, no sul do Líbano", anunciou o exército israelita, em comunicado.

As IDF sublinharam que os sistemas de defesa aérea lançaram um intercetador contra um "objetivo suspeito", apesar de ter dito que foi "uma identificação errónea".

c/ agências

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