França: Extremos à direita e à esquerda dramatizam eleições antecipadas

3 meses atrás 69

Os problemas caseiros de Macron fazem parte da guerrilha aberta pelas eleições na União Europeia. Convém recordar que Viktor Orbán é o próximo presidente do Conselho da União.

É uma espécie de ‘agora ou nunca’: a extrema-direita francesa quer governar o país, mas diz que só o fará se conseguir uma maioria absoluta que lhe permita acomodar e mais ainda ultrapassar as dificuldades que a co-habitação previsível com Emmanuel Macron colocará à agenda do partido de Marine Le Pen e de Jordan Bardella. Convém não esquecer que um mesmo ‘toque a reunir’ ouve-se do outro lado: a Nova Frente Popular – que junta socialistas, comunistas, verdes e o ‘velho’ França Insubmissa de Jean-Luc Mélanchon. E se os bons resultados do RN nas eleições para o Parlamento Europeu são o combustível que está a servir para fazer crescer a adesão à proposta extremista de direita, o facto de a esquerda conseguir apresentar-se num conjunto que parece mais sólido que o anterior com certeza também conseguirá chamar votos.

Com o bloco que apoia Macron a não conseguir descolar dos fracos resultados conseguidos nas Europeias, a primeira preocupação dos franceses é exatamente a de saber que vai passar por um período de forte turbulência política, patrocinada por uma co-habitação que nunca trouxe nada de interessante ao país. E o contexto tende a repetir-se: se o RN formar governo, executivo e presidência passarão a ter o foco nas próximas eleições presidenciais, que ainda estão muito distantes (só acontecerão em 2027). E esse será o primeiro problema para a França: uma espécie de interregno de mais de dois anos e meio, sem perspetivas de descida do efervescente ambiente político que tem marcado a segunda passagem de Emmanuel Macron pelo Palácio do Eliseu.

Um quadro mais geral
A derrocada de Macron não pode dissociar-se do quadro mais geral de guerrilha entre as forças ‘tradicionais’ – conservadores, socialistas e liberais, mais os verdes – e a insurgente extrema-direita. Que não está disponível para não ver a força que conseguiu agregar na votação para o Parlamento Europeu explanada no edifício burocrático e político do bloco dos 27.

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