França investiga ocultação de vitrais expostos em museus dos EUA

7 meses atrás 81

"A investigação foi aberta por ocultação de roubo de bens culturais/de culto pertencentes ao domínio público", adiantou esta sexta-feira à agência France-Presse (AFP) o gabinete do procurador de Rouen, Frédéric Teillet.

Em causa estão seis peças do vitral dos 'Sete Adormecidos de Éfeso', roubados entre 1911 e 1931, e atualmente expostos no Glencairn Museum em Bryn Athyn (Pensilvânia), no Worcester Art Museum (Massachusetts) e no Metropolitan Museu de Arte (Nova Iorque).

Uma queixa contra os três museus foi apresentada pela associação 'Lumière sur le patrimoine' e pelo seu presidente Philippe Machicote, que trabalha na luta contra o tráfico ilícito de bens culturais.

Machicote baseia-se num artigo de 1972 do Boletim da Sociedade Nacional de Antiquários de França, no qual o arqueólogo e historiador de arte de Rouen, Jean Lafond, denuncia um roubo de vitrais na Catedral de Rouen.

Jean Lafond explica que, em 1911, preocupado com os numerosos furtos de vitrais, decidiu fazer um inventário das "peças notáveis dos séculos XIII a XVI" remanescentes na catedral.

Este historiador contou depois que os colocou em caixas e os guardou. "Pensei que tinha guardado" os vitrais, escreveu o arqueólogo, "mas quando abrimos as caixas em 1931, encontramos pouco mais do que (...) pedras".

Este terá sido um estratagema, para simular caixas ainda pesadas com o seu tesouro, que funcionou na perfeição durante 20 anos.

Contactado pela AFP, Machicote considerou que a não restituição destas obras "é um escândalo, embora não haja dúvidas sobre a sua proveniência".

"Estes vitrais, os mais antigos da Catedral de Rouen, pertencem ao Estado [francês] desde um decreto de 1789 que nacionalizou a propriedade da Igreja", vincou.

"Devemos exigir a devolução destas peças roubadas de museus americanos", acrescentou.

Os vitrais roubados entre o século XIX e 1931 foram "transportados para Paris e vendidos em subterfúgio", e depois revendidos no mercado de arte, fazendo esquecer "a sua origem fraudulenta", de acordo com o líder da associação 'Lumière sur le patrimoine'.

As peças datam do século XIII, "o que é absolutamente raro em França, inclusive em museus. Em termos de património nacional é um tesouro excecional", concluiu.

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