Após uma longa jornada de negociações, os partidos da esquerda francesa anunciaram um acordo para apresentar uma lista única de candidatos às eleições antecipadas dentro de duas semanas.
O França Insubmissa, LFI, o Partido Socialista, os Ecologistas do EEFV, o Geração.s e o Partido Comunista Francês, PCF, referiram que pretendem formar uma "nova frente popular", na expressão utilizada pelos socialistas, de forma a impedir a extrema direita e a direita de assumirem o poder.
A lista única da esquerda irá apresentar-se "nos círculos eleitorais franceses", com os partidos a prometerem "um programa comum de ruptura" com "uma declinação para os primeiros 100 dias de mandato".
O entendimento foi anunciado na rede X.O França isubmissa afirmou, "escreveu-se uma nova página na História de França".
🔴 URGENT - Communiqué : Une page de l'Histoire de France s'écrit avec le Nouveau Front Populaire !#NouveauFrontPopulaire pic.twitter.com/Et8Gefzv4Z
— La France insoumise 🟣 #NouveauFrontPopulaire (@FranceInsoumise) June 13, 2024
Em comunicado enviado à imprensa, o Partido Socialista aplaudiu o entendimento, "expressão de uma imensa esperança de união". "Foi selada!" referiu o texto.
"A partir de agora a chegada ao poder do União Nacional [Rassemblement National, RN, na sigla em francês] já não é uma fatalidade!", acrescenta a mensagem.
O entendimento surge depois de o presidente francês, Emmanuel Macron, ter decidido dissolver a Assembleia Nacional e convocar eleições legislativas antecipadas, a 30 de junho e a 07 de julho, na sequência do fracasso do partido Emmanuel Macron nas eleições para o Parlamento Europeu.
Aguarda-se um entendimento semelhante à direita, apesar do partido dos Republicanos ter rejeitado a aliança proposta pelo seu presidente, Eric Ciotti, com o RN de extrema-dierita.
Ciotti chegou a ser destítuido mas o partido recuou depois na decisão.
Sobre o entendimento à esquerda, o ex-presidente francês, François Hollande, disse que "o que é essencial é que a união foi possível".
"Não conheço [o acordo] em detalhe mas, para mim, o que é essencial é que a união foi possível. Tenho divergências conhecidas, mas há um momento para ir além delas, vai-se ao essencial", declarou aos microfones da TF1.
Hollande criticou ainda a decisão de Macron de dissolver a Assembleia, "no pior momento", quando há "uma guerra na Europa" e "na véspera" dos Jogos olímpicos.