França. Partidos de esquerda entendem-se para formar uma "nova frente popular"

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Manifestação anti extrema-direita em França, a 10 de junho de 2024, após as eleições francesas Stephanie Lecocq - Reuters

Após uma longa jornada de negociações, os partidos da esquerda francesa anunciaram um acordo para apresentar uma lista única de candidatos às eleições antecipadas dentro de duas semanas.

O França Insubmissa, LFI, o Partido Socialista, os Ecologistas do EEFV, o Geração.s e o Partido Comunista Francês, PCF, referiram que pretendem formar uma "nova frente popular", na expressão utilizada pelos socialistas, de forma a impedir a extrema direita e a direita de assumirem o poder.

A lista única da esquerda irá apresentar-se "nos círculos eleitorais franceses", com os partidos a  prometerem "um programa comum de ruptura" com "uma declinação para os primeiros 100 dias de mandato".

O entendimento foi anunciado na rede X.O França isubmissa afirmou, "escreveu-se uma nova página na História de França".

🔴 URGENT - Communiqué : Une page de l'Histoire de France s'écrit avec le Nouveau Front Populaire !#NouveauFrontPopulaire pic.twitter.com/Et8Gefzv4Z

— La France insoumise 🟣 #NouveauFrontPopulaire (@FranceInsoumise) June 13, 2024

Em comunicado enviado à imprensa, o Partido Socialista aplaudiu o entendimento, "expressão de uma imensa esperança de união". "Foi selada!" referiu o texto.

"A partir de agora a chegada ao poder do União Nacional [Rassemblement National, RN, na sigla em francês] já não é uma fatalidade!", acrescenta a mensagem.

O entendimento surge depois de o presidente francês, Emmanuel Macron, ter decidido dissolver a Assembleia Nacional e convocar eleições legislativas antecipadas, a 30 de junho e a 07 de julho, na sequência do fracasso do partido Emmanuel Macron nas eleições para o Parlamento Europeu.

Aguarda-se um entendimento semelhante à direita, apesar do partido dos Republicanos ter rejeitado a aliança proposta pelo seu presidente, Eric Ciotti, com o RN de extrema-dierita.

Ciotti chegou a ser destítuido mas o partido recuou depois na decisão.

Sobre o entendimento à esquerda, o ex-presidente francês, François Hollande, disse que "o que é essencial é que a união foi possível".

"Não conheço [o acordo] em detalhe mas, para mim, o que é essencial é que a união foi possível. Tenho divergências conhecidas, mas há um momento para ir além delas, vai-se ao essencial", declarou aos microfones da TF1.

Hollande criticou ainda a decisão de Macron de dissolver a Assembleia, "no pior momento", quando há "uma guerra na Europa" e "na véspera" dos Jogos olímpicos.

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