França vai a votos com derrota quase garantida para Macron e sem uma maioria clara

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28 jun, 2024 - 11:45 • Eva Massy, correspondente da Renascença em França

O atual Presidente de França teme que os resultados levem a uma "guerra civil" no país, declarações que foram alvos de fortes críticas até dentro da sua área política.

Faltam menos de 24 horas para convencer os mais indecisos a votar nas eleições legislativas antecipadas de França, que se realizam este domingo.

Todas as sondagens dão uma larga vitória à candidatura de Jordan Bardella, do partido de extrema-direita de Le Pen, com 36% das intenções de voto, seguido pela coligação de esquerda, a Nova Frente Popular, com 29%.

Atrás, fica o campo presidencial, com apenas 19%. Emmanuel Macron, superado pelos seus adversários, alertou para o risco de uma "guerra civil".

"A extrema-direita remete as pessoas para uma religião ou uma origem. E é nisso que cria divisão e leva à guerra civil. É nisto que discordo totalmente com os dois extremos, e com aqueles que os seguem", argumenta o atual Presidente francês.

Macron pretende "alertar as pessoas" para as razões que levam cidadãos a "optar pelos extremos". "Porque, muitas vezes, têm uma grande raiva, à qual não respondemos", responde.

"Há muitas pessoas a votarem extrema-direita porque existe uma grande insegurança no quotidiano. A estas pessoas, eu quero dizer: mensagem bem recebida. Temos que avançar muito mais rápido para lutar contra a insegurança", apela.

Estas declarações do Presidente foram criticadas tanto à esquerda e direita, como no seu próprio campo. Emmanuel Macron terá feito uma aposta de alto risco, quando dissolveu a Assembleia Nacional. Considerou que a ameaça real da extrema-direita na politica interna poderia mobilizar os franceses em defesa do centro moderado. Apostou na divisão da esquerda, mas, esta, uniu-se.

O sucesso da coligação de esquerda, reunindo socialistas, comunistas, ecologistas e outros pequenos partidos, apanhou de surpresa Emmanuel Macron, que esperava apresentar-se como o único garante da paz social face a uma extrema-direita às portas do poder.

Neste contexto, a ausência de maioria absoluta é um dos cenários principais. Emmanuel Macron teria então grandes dificuldades para nomear um primeiro-ministro e o Governo estaria num impasse institucional, não podendo recorrer a outra dissolução até julho de 2025.

Outro cenário possível : a vitória da extrema-direita. Falta saber se em maioria absoluta, ou relativa.

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