Fusões e aquisições na Europa crescem 23% e atingem os 255 mil milhões de dólares no semestre

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As Telecomunicações, Media e Tecnologia (39%), as Instituições Financeiras e Imobiliário (26%) e a Energia (23%) foram as indústrias que mais cresceram, ao nível do mercado de M&A, na primeira metade de 2024, face aos primeiros seis meses do ano passado. Em oposição, o setor Industrial e o da Saúde apresentam as maiores quedas, diminuindo 47% e 29%, respetivamente.

O mercado de fusões e aquisições (M&A) na Europa foi o que mais cresceu a nível mundial na primeira metade do ano. A conclusão é da Boston Consulting Group.

Segundo o estudo “M&A Sentiment Index: M&A Insights H1 2024 – The Recovery Continues”, realizado pela Boston Consulting Group (BCG) o valor das transações no mercado europeu atingiu os 255 mil milhões de dólares (228,4 mil milhões de euros), ou seja, mais 48 mil milhões de dólares do que no período homólogo de 2023, o que representa um crescimento de 23%.

Enquanto o valor das transações em França (-25%) e na Alemanha (-32%) caiu, o Reino Unido registou a maior quota de transações na Europa desde 2015 ao aumentar 185%.

A atividade global do mercado de M&A na primeira metade do ano cresceu 4% em comparação com o mesmo período de 2023 para um bilião de dólares, ainda assim abaixo da média de dez anos de 1,5 biliões de dólares, conclui a BCG.

O estudo baseia-se na análise de mais de 900 mil transações e de fatores como confiança nos negócios, níveis de avaliação e taxas de juros, e avalia o sentimento de executivos e investidores em relação às fusões e aquisições a partir de comunicações corporativas,

O valor atual do índice relativo à predisposição dos empresários para fusões e aquisições desenvolvido pela BCG é de 78, revelando uma atividade global moderada e ficando abaixo da média de 100 nos últimos dez anos. No entanto, o mercado já recuperou significativamente em relação ao ponto mais baixo (62), registado em novembro do ano passado.

A nível regional, o mercado de fusões e aquisições também cresceu na América, tendo atingido os 647 mil milhões de dólares (+14% em relação ao primeiro semestre de 2023), sendo que a América do Norte foi responsável por 61% da atividade global.

Pelo contrário, na Ásia-Pacífico o mercado de M&A decresceu 40% face à primeira metade do ano passado, atingindo um mínimo de 117 mil milhões de dólares em 11 anos, valor que se explica sobretudo pelos declínios no Japão (-67%), China (-36%), Coreia do Sul (-16%) e Austrália (-39%).

Do ponto de vista setorial, as Telecomunicações, Media e Tecnologia (39%), as Instituições Financeiras e Imobiliário (26%) e a Energia (23%) foram as indústrias que mais cresceram, ao nível do mercado de M&A, na primeira metade de 2024, face aos primeiros seis meses do ano passado. Em oposição, o setor Industrial e o da Saúde apresentam as maiores quedas, diminuindo 47% e 29%, respetivamente.

A consultora conclui no seu estudo também que a Inteligência Artificial, os critérios ESG e a recuperação de níveis de valorização setoriais são potenciais impulsionadores do mercado de fusões e aquisições.

A corrida pelo acesso à Inteligência Artificial (IA) e a outras tecnologias emergentes é um fator que provavelmente motivará várias transações nos próximos anos, de acordo com a consultora.

Em paralelo, os critérios ambientais, sociais e de governança (ESG), a descarbonização e a transição energética em escala são tendências que deverão conduzir as empresas a adquirir recursos, tecnologias e outros ativos que promovam os seus objetivos nestes âmbitos e lhes permitam garantir vantagens de mercado.

Por outro lado, a recuperação dos níveis de valorização na maior parte dos setores representa outro incentivo à atividade de M&A, na medida em que poderá facilitar o acordo entre compradores e vendedores sobre o preço de compra, e, além disso, a volatilidade diminuiu, proporcionando um cenário mais estável para a tomada de decisões e alinhamento de projeções.

Ainda assim, o estudo, que fornece uma atualização mensal sobre a predisposição dos empresários para se envolverem em fusões, aquisições e desinvestimentos durante os próximos seis meses, perspetiva uma evolução ambígua da atividade de negociação até o final de 2024, uma vez que os empresários continuam cautelosos devido à incerteza económica, às preocupações com a inflação e política monetária, e aos desafios regulamentares e geopolíticos da atualidade.

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