Garmin Forerunner 165 Music: um outro brilho... e pouco mais

3 meses atrás 90

O aparecimento e crescimento da Coros obrigou a Garmin a reinventar-se. E é um pouco nesse sentido que nos últimos tempos temos visto a gigante norte-americana lançar no mercado não só modelos mais apetrechados, mas também outros menos potentes mas igualmente eficientes. Um pouco para fazer concorrência à gama Pace da Coros, que rapidamente ganhou muito espaço na lista de preferências dos corredores, sejam eles amadores ou profissionais. De certa forma, a Garmin percebeu que nisto dos relógios desportivos também se pode aplicar a lógica do "menos é mais".

É por aí que surge o Forerunner 165, disponível nas versões normal e Music. A que testámos é precisamente esta última, que nos surge por um preço 50 euros mais caro em comparação com a 'básica' (330€ contra 280€). Uma diferença de preços que, de certa forma, se justifica, ainda que por outro lado acabe por fazer este novo relógio fugir um pouco do propósito de ser uma opção acessível a todas as carteiras. Mas vamos ao que importa, que é como quem diz aquilo que este novo relógio da Garmin tem para oferecer-nos.

Não há dúvidas de que a qualidade da marca norte-americana está lá. E não engana. Nem desilude. De um modo geral, o FR 165 conta com os recursos habituais da Garmin, que já vemos também noutros modelos, como por exemplo a análise de vários aspetos ligados ao bem-estar, como o sono e a sua qualidade - e ainda o Sleep Coach -, o que é extremamente importante e de saudar, especialmente num relógio de gama 'budget'. Nunca será uma verdade absoluta, mas um bom indicador. Conta igualmente com métricas de análise de treino, mas neste caso bem mais básicas, apenas com o apontamento sobre o estado de forma (baseado num algoritmo próprio que calcula previsões de tempos de provas) e ainda sobre o cansaço. O restante fica guardado para os modelos mais apetrechados.

Como, pelos vistos, também ficam alguns modos desportivos. A mais notável ausência é o triatlo (e possibilidade de treino multidesportos), o que faz este relógio sair a perder em comparação, por exemplo, com o Pace3. De resto, também não tem modos de esqui ou snowboard, pede embora até ter altímetro. Avançamos também para o campo da conectividade, porque notámos a ausência de capacidade para ligação a acessórios como, por exemplo, medidores de potência (ANT+/Bluetooth) de bicicleta ou corrida.

No campo das atividades desportivas, nomeadamente na corrida, os dados apresentados são mais do que os necessários para podermos estar sempre a par do que estamos a fazer, com o ponto extra da qualidade do visor (já lá iremos...) permitir uma mais fácil visualização dos dados.

Outro ponto positivo é a rapidez na captação do sinal de localização e do sensor cardíaco. No que diz respeito a satélites, este modelo conta com GPS, GLONASS e Galileo, mas não deixa nada a desejar no que a qualidade do desenho dos percursos. Notámos os habituais erros, mas também os vimos no Coros Pace 3 e veremos em todos os outros relógios que testarmos. É normal.

Já em relação ao ecrã, é provavelmente o ponto mais forte deste relógio. E aquilo que o distingue dos demais. Um AMOLED de 1.2", que surge com função touchscreen. A qualidade do visor é incrível para este preço, mas o touchscreen é algo que, para quem corre, não é assim tão necessário... Por outro lado, como sempre, têm mil e uma opções de 'watch faces' à escolha, que podem ser descarregadas e configuradas na sempre muito intuitiva aplicação Garmin Connect.

Aplicação Garmin Connect continua a ser um dos melhores trunfos da marca norte-americana

Aplicação Garmin Connect continua a ser um dos melhores trunfos da marca norte-americana

Do ponto de vista das especificações, de realçar ainda o peso reduzido (39 gramas), o que tem sido cada vez mais apreciado pelos corredores e também as dimensões reduzidas.

Já menos positiva, pelo menos em comparação com o modelo que vemos como maior concorrência (o Coros Pace3), é a bateria. A utilizar os mesmos modos de energia, o FR 165 esgotou-se ao cabo de 6 dias. O Pace3 chegou aos 10... Outro dado importante: estes novos modelos da Garmin trazem um cabo de carregamento USB-C e não a entrada habitual USB.

Em jeito de balanço, a Garmin conseguiu criar aqui um belíssimo relógio para encaixar na categoria 'budget'. O problema essencialmente é ter colocado num mercado um modelo com recursos muito semelhantes aos que encontramos noutras marcas a preços bem mais reduzidos. Bem... quase. Porque a ausência do modo multidesportos é uma grandíssima falha e provavelmente irá afastar muitos potenciais novos utilizadores que procuram um modelo a um preço reduzido.

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