Gémeo digital de infraestruturas elétricas ganha 5G Challenge da MEO Empresas

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Os 12 finalistas da segunda edição do 5G Challenge da MEO Empresas, concurso de inovação tecnológica que veio substituir o IoT Challenge, apresentaram os seus projetos ao júri na grande final que decorreu na sede da Altice Portugal em Lisboa. Recorde-se que este concurso pretende dar a conhecer projetos tecnológicos inovadores, que tirem partido das potencialidades das redes 5G.

Em declarações à Exame Informática, José Pedro Nascimento, Chief Technology Officer da Altice Portugal, a edição deste ano do 5G Challenge “bateu o recorde de inscritos” e “foram apresentados projetos para diferentes setores, como saúde, sustentabilidade ambiental, indústria e mobilidade”. O responsável da Altice Portugal demonstrou a sua satisfação com a qualidade dos projetos a concurso e conclui que “com esta qualidade, certamente este concurso é para manter”.

Estavam três prémios a concurso: Inovação tecnológica em 5G (vencedor geral), melhor solução portuguesa e sustentabilidade e impacto social. Como é tradicional neste concurso, os vencedores terão acesso ao apoio tecnológico da MEO Empresas para desenvolverem e implementarem comercialmente os respetivos projetos. E a oportunidade de serem integrados nas soluções da própria MEO Empresas.

Nesta edição, também foram atribuídos prémios monetários: €15.000 para o grande vencedor e €10.000 e €5000 para, respetivamente, a melhor solução portuguesa e o melhor projeto na área da sustentabilidade e impacto social.

Gémeo digital de linhas elétricas

O júri atribui o prémio principal à Enline Energy, empresa portuguesa sedeada em Mirandela, pela solução que permite criar gémeos digitais de infraestruturas energéticas. Os gémeos digitais são entidades virtuais que replicam uma entidade real de modo tão próximo quanto possível, para que se possa fazer simulações no gémeo digital de otimizações, que depois podem ser aplicadas ao sistema real. Tecnologia que permite, por exemplo, prever avarias com grande precisão ou melhorar a eficiência dos sistemas.

Manuel Lemos, CEO e fundador da Enline

Na apresentação feita ao júri, Manuel Lemos, CEO e fundador da Enline, explicou que a tecnologia desenvolvida pela empresa distingue-se de outras soluções por permitir criar, facilmente e rapidamente, gémeos digitais de infraestruturas que não estão equipadas com sensores. O que é conseguido através de “ciência e modelos matemáticos complexos”. À Exame Informática, o empreendedor explicou que esta solução pode, por exemplo, “levar a um maior aproveitamento das linhas de média e alta tensão sem necessidade de investir na infraestrutura”, destacando que “num momento em que as infraestruturas energéticas estão a ser pressionadas por diferentes razões, incluindo a integração de cada vez mais energia originária de fontes renováveis”.

Treino do futuro

A eSolle da eDynamics é uma palmilha com diferentes sensores e software que, recorrendo a algoritmos de IA, é capaz de monitorizar e analisar uma série de parâmetros relacionados com os pés dos utilizadores. Por enquanto, o eSolle está focado no futebol e está a ser desenvolvido com o apoio do Sporting Clube de Braga, onde será usado para analisar detalhadamente a fadiga dos jogadores, informação que pode ser usada pela equipa técnica para alterar o plano de treino de modo a evitar lesões, que são particularmente comuns no início das épocas. Joana Figueiredo, CEO e cofundadora da eDynamics, explicou à Exame Informática que a tecnologia “também permite analisar como o jogador toca na bola, a velocidade do sprint ou a distância percorrida”, o que pode ajudar a melhorar o desempenho do atleta.

Joana Figueiredo, CEO e cofundadora da eDynamics

Os criadores da tecnologia garantem que a eSole pode ser adaptada a uma série de outros desportos. E já estão a trabalhar com empresas de trekking, que procuram uma solução que permita analisar os níveis de fadiga dos clientes, de modo a melhor adaptar o planeamento dos percursos.

Condução autónoma… para peões

O prémio sustentabilidade e impacto social distinguiu o projeto Glasses for the Blind da .Lumen. Um headset que permitirá um género de condução autónoma para peões. Este headset, que tem algumas semelhanças com óculos de realidade aumentada, recorre a câmaras e outros sensores para detetar o ambiente em redor do utilizador. O software utiliza estes dados para, em tempo real, instruir o utilizador como prosseguir. Uma tecnologia que tem com principal público-alvo pessoas com limitações visuais. Aliás, a empresa romena já está a testar a tecnologia em pessoas com deficiência visual. E prevê que o headset chegue ao mercado ainda este ano.

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