Atlético-Real, minuto 100. Vinícius abusa do otimismo, Griezmann rouba o menino brasileiro e vai por lá fora, pela direita, a controlar a bola com a ternura dos eleitos. Penetração na área, ângulo quase fechado e golo, golo fabuloso e a sentenciar uma vitória dura, mas justa, dos colchoneros. Tudo resolvido no prolongamento. Para que a dúvida fosse eliminada da equação, o menino Riquelme fechou o 4-2 aos 119, já com o Real em modo-kamikaze e a desguarnecer a baliza do infeliz Lunin - nunca, como nesta quinta-feira, Carlo Ancelotti terá sentido tanto a falta de Courtois. É verdade que também Jan Oblak não teve uma noite perfeita (a saída ao cruzamento no 1-1 é péssima e resultou em autogolo), mas Lunin tremeu vezes a mais: nada podia fazer no 1-0 da Samuel Lino, mas a abordagem ao 2-1 de Morata foi ridícula, até amadora. O Atlético ganhou bem o dérbi no Metropolitano, por vezes espetacular, noutras apenas descontrolado e errático. Foi bom para quem estava a vê-lo sem preocupações, terá sido perturbador para dois treinadores reconhecidamente pragmáticos. Valeu no final a fantasia de Griezmann, o pintor do maravilhoso pé esquerdo. O Real Madrid interrompeu um ciclo de 21 jogos sem derrotas, precisamente onde o iniciou a 24 de setembro. No futebol raras vezes há coincidências.
ATLÉTICO DE MADRID
EMPATE
REAL MADRID