Glimt-FC Porto, 3-2 (crónica)

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Depois da aurora boreal ter iluminado os céus na véspera do jogo, o dragão viveu um fim de tarde de ocaso futebolístico na sua estreia nesta nova edição da Liga Europa.

Quando Moura assistiu Samu para um golo madrugador logo aos 8m, com “vibes” de sábado à noite em Guimarães, parecia que o caminho estava iluminado para a equipa de Vítor Bruno (a preceito, de calções, apesar dos 9 graus à hora do apito inicial).

No entanto, ao fim de um quarto de hora de jogo o dragão perdeu a bússola e perdeu-se a norte do Círculo Polar Ártico.

No seu sintético de bancadas efervescentes o Glimt agigantou-se diante de uma equipa que é apontada como candidata a vencer a Liga Europa.

O ponta de lança Hogh e sobretudo o soberbo Hague, emprestado pelo Eintracht Frankfurt, colocaram em evidência todas as fragilidades do setor mais recuado dos portistas em transição defensiva.

O primeiro empatou aos 15m, o segundo colocou a bola para a reviravolta aos 40m.

As vibrações remetiam-nos para novembro de 2021, quando Mourinho saiu de Bodo com uma goleada de 6-1 na bagagem.

A forma simples e eficaz com que o Glimt chegava em dois ou três passes ao último terço portista eram verdadeiramente assustadoras.

E nem a expulsão aos 51m do extremo Maatta – segundo amarelo por tentar cavar um penálti –, acabou com desenvoltura e a verticalidade com que os noruegueses chegavam à área contrária. Mesmo com 10, Hauge valia por dois e bisou aos 62m, colocando uma diferença de dois golos no marcador.

Vítor Bruno corrigiu as apostas iniciais. Saíram os desinspirados Gonçalo Borges, Eustáquio, Grujic e Iván Jaime para entrarem Galeno, Pepê, Rodrigo Mora e Deniz Gül.

O FC Porto encostou o Glimt à sua área, rematou à baliza (8-7; 31-12 no total), teve mais posse de bola (56%-44%), mas não teve a eficiência dos líderes e campeões em título da Noruega.

Valeu pela estreia de Gül, com golo aos 90m que ainda deu alento para um assalto final infrutífero.

Depois de boas indicações recentes, o FC Porto terá mostrado a sua pior face esta época – pior até do que em Alvalade.

O futebol é assim mesmo, cheio de nuances. Quando menos se espera, surge uma exibição cinzenta, a contrastar com colorido do crepúsculo da véspera, que antecipava um horizonte radiante.

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