Goldman Sachs antecipa aumento do consumo na Zona Euro

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Com a inflação e as taxas de juro a aumentarem a propensão dos consumidores para a poupança, o banco norte-americano considera que este comportamento defensivo está prestes a ser ultrapassado.

“Embora o rendimento real na Zona Euro tenha continuado a recuperar, o aumento da taxa de poupança das famílias impediu até agora que o consumo privado recupere para níveis anteriores à crise”, refere o mais recente research da Goldman Sachs. Não sendo absolutamente certo – a acreditar noutras fontes de informação – que os habitantes da Zona Euro tenham conseguido amealhar somas importantes de receita nestes tempos de inflação brava, “a prudência demonstrada pelos consumidores na Zona Euro contrasta fortemente com os Estados Unidos”, refere ainda a nota do banco americano.

Esta diferença levou a Goldman Sachs a investigar as razões da divergência de comportamentos: “explorámos as razões por trás da recente cautela do consumidor e a trajetória futura do comportamento da poupança das famílias da Zona Euro, utilizando um painel trimestral de dez economias da área desde 2003”.

O apurado estudo mostra “que vários fatores impulsionaram a taxa de poupança das famílias nos últimos dois anos. Primeiro, a queda na riqueza financeira das famílias provavelmente levou os consumidores a reduzir gastos com o objetivo de reconstruir o património líquido. Em segundo lugar, o aumento acentuado das taxas traduziu-se em taxas de depósito atrativas para as famílias, o que levou a uma substituição do consumo pela poupança. Terceiro, famílias continuaram a ter opiniões cautelosas relativamente às perspetivas económicas gerais, provavelmente atribuíveis à persistente incerteza política”. Qualquer diferença em relação à realidade nacional é da responsabilidade do banco norte-americano – a quem terá escapado que, nos últimos dois anos, a banca remunerou os depósitos (mesmo os depósitos a prazo) com uma interessante taxa de 0%.

“A nossa análise conclui que a taxa de poupança das famílias está atualmente acima da sua taxa de poupança de longo prazo. E este nível sugere que nos próximos trimestres provavelmente veremos uma normalização do comportamento relativo à poupança, à medida que a riqueza é gradualmente reconstruída e o BCE reduz as taxas. O nosso pressuposto central implica uma diminuição de 0,7pp na taxa de poupança no final de2024, seguido de um novo ajustamento até atingir o nível de longo prazo de 13,5%”, refere a Goldman Sachs.

“Com uma perspetiva robusta para os salários e um risco limitado para a inflação devido aos aumentos dos preços das commodities, vemos um bom argumento para que a recuperação contínua do rendimento real das famílias se traduza em ganhos de consumo e apoie a nossa visão de que a economia se fortalecerá nos próximos trimestres”, conclui o research.

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