Correio da Manhã 15:41
O governo alemão vai lançar um conjunto de medidas com vista a travar o crescimento da extrema-direita no país. A iniciativa, liderada pela ministra do Interior, Nancy Faeser, surge depois da revelação de que vários grupos extremistas estariam a reunir-se para discutir a deportação de milhões de imigrantes, incluindo alguns de cidadania alemã.
Os planos agora revelados, visam detetar não só as campanhas de desinformação de extrema-direita – que tem vindo a aumentar nos últimos anos -, como também privar aqueles grupos radicais do acesso a financiamento.
Um ponto-chave nesta estratégia, é a criação de uma "unidade de reconhecimento precoce" dedicada a identificar e a neutralizar atividades de extrema-direita desde a sua conceção. O objetivo é, segundo Nancy Faeser, "esmagar estas redes de extrema-direita". "Queremos privá-las dos seus rendimentos. Queremos tirar-lhes as armas. Em suma, queremos usar todos os instrumentos do Estado de direito para proteger a nossa democracia", acrescentou a ministra.
Alguns membros do partido de extrema-direita Alternativa para a Alemanha estão, ao que tudo indica, envolvidos nesses encontros, circunstância que estará a fazer crescer as preocupações sobre a influência destes grupos na definição destas políticas.
Os números conhecidos durante a apresentação do plano revelam que, dos 38.800 extremistas identificados em 2022, 14.000 são considerados potencialmente violentos. Holger Münch, chefe do Serviço Federal de Polícia Criminal alemã, alertou para o crescimento da criminalidade de motivação política.
Enquanto as medidas são implementadas, a população alemã saiu às ruas em forma de protesto com o lema: " Nós somos Firewall", um claro posicionamento contra qualquer ligação com a extrema-direita na politica alemã.
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