Governo argentino dá início a “terapia de choque” económico

10 meses atrás 97

Javier Milei deu início a um grande programa de austeridade, com cortes na despesa pública, incluindo em projetos de infraestrutura e em subsídios.

O novo presidente argentino deu arranque ao seu projeto “económico de terapia de choque”, conforme prometido. O Governo argentino anunciou uma desvalorização de mais de 50% do peso face ao dólar norte-americano.

Ao mesmo tempo, anunciou cortes profundas à despesa pública, incluindo a redução nos subsídios de transporte e combustíveis e o congelamento dos gastos do governo em grandes contratos e publicidade.

“Vamos estar em situação pior durante alguns meses do que antes, particularmente em termos de inflação. E eu digo isto porque, como disse o presidente, é melhor contar uma verdade desconfortável do que uma mentira confortável”, disse o ministro da Economia Luis Caputo num discurso televisivo citado pela “BBC”.

Um dos problemas da Argentina é a inflação galopante, acima de 140%, mas há mais: falta de reservas estrangeiras, dívida governamental elevada, 40% a viver abaixo da linha de pobreza.

A taxa de câmbio vai cair de 800 pesos por dólar para 391 pesos. O país tem mantido a sua moeda mais forte artificialmente desde 2019 impondo um grande controlo sobre o peso.

Um dos maiores credores é o Fundo Monetário Internacional (FMI) a quem Buenos Aires deve 44 mil milhões de dólares.

O Fundo já deu as boas vindas às medidas, considerando que é “um passo importante para restaurar a estabilidade e reconstruir o potencial económico do país”, segundo a presidente do FMI, Kristalina Georgieva.

Resta saber se a sua coligação, que é apenas o terceiro maior bloco, vai conseguir aprovar os cortes na despesa pública no Congresso.

Javier Milei já eliminou nove ministérios que vão reduzir em 34% os empregos públicos do país.

O Governo também anunciou cortes nos projetos de infraestruturas: “A realidade é que não há dinheiro para pagar os projetos públicos que, como todos os argentinos sabem, muitas vezes acaba nos bolsos de políticos ou de empresários”, segundo Luis Caputo.

Ler artigo completo