"Acordámos em prolongar o cessar-fogo bilateral, nacional e temporário por cento e oitenta (180) dias a partir das 00:00 (05:00 em Lisboa) de 06 de fevereiro de 2024", refere um documento divulgado pelas duas partes, no qual o ELN, último grupo rebelde da Colômbia, se compromete também a suspender os sequestros.
Para contribuir para o desenvolvimento deste acordo, o ELN decidiu suspender "unilateral e temporariamente" os sequestros económicos, um compromisso que será observado pelo Mecanismo de Monitorização e Verificação (MMV).
O chefe da Missão de Verificação da ONU na Colômbia, Carlos Ruiz Massieu, felicitou o prolongamento do cessar-fogo e saudou a decisão do ELN de suspender os sequestros económicos.
"Demonstra a maturidade do processo e o empenho das partes na construção da paz", observou.
O rapto pelo grupo rebelde, no final de outubro, do pai do futebolista colombiano Luis Diaz, libertado 12 dias depois, pôs em causa o processo de paz iniciado no final de 2022.
Em dezembro, durante a anterior ronda de negociações no México, o ELN comprometeu-se a suspender os raptos "como parte da extensão do cessar-fogo" na Colômbia.
Bogotá encontra-se em diferentes fases de negociações de paz com diferentes grupos armados, incluindo com o Estado-Maior Central (EMC), principal dissidência da ex-guerrilha das FARC (Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia), além de grupos paramilitares e narcotraficantes.
O EMC rejeitou o histórico acordo de paz de 2016 entre o Governo colombiano e as FARC, que depuseram as armas e se transformaram em partido político.
Gustavo Petro, o primeiro presidente de esquerda da Colômbia e antigo guerrilheiro, quer pôr fim a seis décadas de conflito armado através de negociações de paz com todos os grupos armados ilegais.
Esta política de "paz total" deparou-se com numerosos obstáculos e tem sido severamente criticada pela oposição, enquanto alguns destes grupos armados intensificaram as ações para aumentar a influência territorial.