"Governo quer dançar o tango, vamos ver se oposição quer ser o par"

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Festa do Pontal

14 ago, 2024 - 06:11 • Tomás Anjinho Chagas

Cristóvão Norte, deputado e líder do PSD/Faro, desafia PS e Chega a entenderem-se com o Governo. Dirigente social-democrata quer conquistar mais autarquias no Algarve e não teme o partido de André Ventura. Avisa que abandona distrital e o Parlamento se o Governo não avançar com o Hospital Central do Algarve.

Em dia de Festa do Pontal, que marca a rentrée política do Partido Social-Democrata, o deputado e líder do PSD/Faro, Cristóvão Norte desafia a oposição a dialogar com o Governo e viabilizar o Orçamento do Estado para 2025.

"Para se dançar o tango são precisos dois. Já vimos que o Governo quer dançar, falta ver se a oposição está disponível para ser o par", afirma o dirigente social-democrata em declarações à Renascença.

Cristóvão Norte acredita que a intervenção de Luís Montenegro, esta quarta-feira à noite, vai permitir "projetar ano político" e "testar a temperatura das pessoas em relação ao PSD". A edição deste ano conta com a atuação de José Cid, em Quarteira, mas o líder do PSD/Algarve duvida que volte a contar com a presença de Passos Coelho, que apareceu de surpresa em 2022.

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Sobre esta rentrée, o líder do PSD/Algarve diz que "não faria sentido" que os partidos precipitassem o país para uma crise política e acredita que o Governo e a oposição têm de se entender e viabilizar o Orçamento do Estado.

Cristóvão Norte rejeita que, ao dizer que não tem medo de ir novamente a eleições, o primeiro-ministro, Luís Montenegro, esteja a dar sinais contraditórios à oposição: "Significa que está comprometido com um projeto e que não está agarrado ao poder", defende.

Crescer nas autárquicas e o ultimato sobre novo Hospital

O deputado do PSD e líder da distrital do Algarve assume que o partido já está a preparar as autárquicas do próximo ano. E sobre o PSD/Faro estabelece o objetivo de conquistar mais autarquias no sul do país, embora não diga quantas.

"No meu distrito [Faro] um bom resultado é aumentar o número de presidências de Câmara, de juntas de freguesia e o número de vereadores social-democratas", aponta Cristóvão Norte.

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Quanto à região algarvia, onde o Chega ficou em primeiro lugar nas últimas eleições legislativas, Cristóvão Norte (que afasta a possibilidade de ser ele próprio candidato) garante, de forma lacónica, não ter medo que as autárquicas signifiquem um crescimento exponencial do partido de André Ventura à custa de uma queda do PS.

"Não temo", seca, "elas [Câmaras Municipais] vão passar para o PSD", vaticina e deseja.

Sobre o Hospital Central do Algarve, obra prometida há vários anos (primeira pedra foi lançada pelo primeiro governo de José Sócrates, em 2008), Cristóvão Norte garante que abandona os cargos que ocupa caso o Governo de Montenegro não avance neste projeto.

"Candidatei-me a presidente da distrital e sou deputado. Se, porventura, até ao fim da legislatura não houver avanços nesse domínio não serei mais candidato, nem a uma coisa nem a outra", avisa Cristóvão Norte.

O deputado social-democrata fala numa "luta dos algarvios que está atrasada há 20 anos", e denuncia que "falta quase tudo" no que à saúde diz respeito no Algarve. Cristóvão Norte lembra que a ministra da Saúde, Ana Paula Martins, assumiu o "compromisso público de avançar com o processo".

"Não admito nenhuma solução que não seja essa", desabafa.

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