Greve na EasyJet já cancelou mais de 200 voos. Tripulantes chegaram "ao limite"

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Aviação

13 ago, 2024 - 14:50 • Carla Fino , Olímpia Mairos

Paralisação termina às 24h00 de dia 17. Trabalhadores dizem-se exaustos e apelam ao bom senso da companhia aérea.

Os tripulantes de cabine da EasyJet vão estar em greve entre quinta-feira e sábado. Uma paralisação convocada pelo Sindicato Nacional do Pessoal de Voo e Aviação Civil (SNPVAC) que acusa a companhia aérea de não querer resolver os problemas destes profissionais, entre eles a falta de pessoal e o excesso de horas de trabalho. Mais de 200 voos já foram cancelados.

Em declarações à Renascença, o presidente do SNPVAC, Ricardo Penarroias, diz que os trabalhadores estão exaustos, muito por má gestão da empresa, e que esta greve é acima de tudo uma chamada de atenção.

“Entendemos termos chegado a um limite. Temos vários colegas em 'burnout', vários colegas que não estão a aguentar esta dirupção operacional”, conta o sindicalista.

Ricardo Penarroias acrescenta que “mais do que a tentar atacar a empresa” com estes dois dias de greve estão “a tentar defender a empresa a nível nacional das bases em Portugal, que são das bases mais rentáveis da rede”.

“E demonstrar a quem manda lá em cima, em Londres, e dizer: ‘meus senhores, não olhem para Lisboa Porto e Faro como bases periféricas, bases de segunda’”, completa.

Tripulantes de cabine da easyJet em greve de 15 a 17 de agosto

Desde a semana passada que a EasyJet já cancelou mais de 210 voos. Em comunicado, a empresa adianta que os clientes dos voos cancelados já foram contactados e que terão direito a um reembolso ou à transferência gratuita para um novo voo.

O presidente do Sindicato Nacional do Pessoal de Voo e Aviação Civil diz não entender a posição de força da EasyJet, quando as próprias reivindicações dos trabalhadores acabam por ser mais baratas que os cancelamentos provocados pela empresa.

“O que nós solicitamos para solucionar este impasse estaria mais ou menos avaliado entre 500 mil e 600 mil euros e não entendemos como é que a empresa que não nos quer dar 500, 600 mil euros para compensar, entre outras medidas que nós tínhamos apresentado, e prefere cancelar voos que pelos nossos números já estão a rondar entre os três a seis milhões de euros em que a imagem da empresa fica danificada”, lamenta.

“Não entendemos como é que a empresa prefere ir a este braço de ferro quando os números não mentem. Aquilo que nós estamos a pedir é muito, mas, muito abaixo daquilo que a empresa está a perder neste momento com as greves”, insiste.

A paralisação na EasyJet inicia-se às 00h01 do dia 15 de agosto e termina às 24h00 de dia 17.

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