Guerra em Gaza. Nova ronda de negociações esperada no Cairo

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O edifício do Parlamento do Egito, nos arredores do Cairo Amr Abdallah Dalsh - Reuters

Está marcada para este domingo, na capital do Egito, uma nova ronda de negociações entre Israel e o grupo islamita palestiniano Hamas, sob mediação dos governos egípcio e do Catar, com a participação dos Estados Unidos.

Fontes do Hamas, grupo que administra a Faixa de Gaza há duas décadas, confirmaram sábado o envio de uma delegação ao Cairo para a nova ronda de negociações.

Também este domingo, as Forças de Defesa de Israel, IDF, anunciaram a retirada das suas tropas terrestres presentes no sul de Gaza, mantendo apenas uma brigada no terreno, calculada em alguns milhares de tropas, sem estarem previstas quaisquer manobras.

Não ficou esclarecido de que forma a retirada irá refletir-se na incursão contra a cidade de Rafah, suspensa há várias semanas, e considerada essencial por Israel para cumprir o seu objetic«vo de eliminar definitivamente o Hamas.

A decisão poderá contudo ser um gesto de boa vontade para desbloquear as negociações de paz que marcam passo desde novembro.

O Hamas apresentou a 14 de março uma proposta, a qual inclui um cessar-fogo permanente, a retirada das forças israelitas de Gaza, o regresso dos deslocados e uma troca "séria" de reféns israelitas retido em Gaza, por prisioneiros palestinianos.

Os reféns foram raptados durante o ataque e massacre perpetrado pelo Hamas há precisamente seis meses, a sete de outubro de 2023. De acordo com Israel 1.200 pessoas, israelitas e estrangeiros, foram assassinadas e executadas e cerca de 250 levadas para Gaza.

Tréguas em novembro passado permitaram a troca de 100 reféns por 240 prisioneiros. O destino de cerca de 133 reféns mantém-se incerto.

Pressão sobre Netanyahu

Nas negociações deste domingo é esperado também o diretor da CIA, Bill Burns, assim como o ministro dos Negócios Estrangeiros do Qatar, o sheik Mohammed bin Abdulrahman Al Thani, assim como uma delegação israelita.

De acordo com números do Hamas, na ofensiva provocada pelo ataque de sete de outubro terão morrido mais de 33 mil pessoas, incluindo milhares de mulheres e de crianças. 

Israel sustenta que abateu pelo menos 12.000 militantes do grupo islamita, entre os quais cinco com a patente equivalente a general-brigadeiro, mais de 20 comandantes de batalhão e uma centena de líderes de companhia. 

O primeiro-ministro israelita, Benjamin Netanyahu, está sob pressão crescente para por fim à ofensiva militar gerada pelo ataque do Hamas e que praticamente arrasou todas as estruturas da Faixa de Gaza nos últimos seis meses.

Não só muitos dos familiares dos reféns exigem o regresso imediato destes, como as Nações Unidas e os líderes internacionais, incluindo o mais poderoso aliado de israel, o presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, criticam ferozmente as táticas israelitas de combate ao Hamas, que ameaçam matar à fome milhares de palestinianos.

Na semana passada, Biden pediu um "cessar-fogo imediato" em Gaza, depois de notícias de um ataque das IDF havia atingido e morto sete trabalhadores humanitários da organização caritativa World Central Kitchen.

A Administração Biden afirmou ainda que não iria permitir uma incursão contra Rafah se Israel não apresentasse um plano credível para garantir a segurança dos civis palestinianos.

No passado dia 25 de março, uma resolução do Conselho de Segurança exigiu a Israel um cessar-fogo em Gaza.

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