Guerra no Médio Oriente. "Que diferença há entre Netanyahu e Hitler?", questiona Erdogan

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"Vimos os campos nazis israelitas nos Estados [ocupados da Palestina], certo? Que tipo de atos são estes?", questionou Erdogan durante uma cerimónia em Ancara. "Costumavam falar mal de Hitler. Que diferença há entre [Benjamin Netanyahu] e Hitler? Vão fazer-nos sentir saudades de Hitler”.

“O que Netanyahu está a fazer é menos do que Hitler fez? Não é”, continuou. “Ele é mais rico do que Hitler, ele recebe apoio do Ocidente. Os Estados Unidos fornecem todo o tipo de apoios. E o que fizeram eles com esse apoio? Mataram mais de 20.000 pessoas em Gaza”.

O chefe de Estado disse ainda que o seu país está aberto a receber académicos e cientistas que estejam a ser perseguidos pelas suas visões acerca da guerra em Gaza.

Netanyahu, que não participava na cerimónia, apressou-se a responder: "Erdogan, que está a cometer genocídio contra os curdos e que detém o recorde mundial de detenções de jornalistas que se opõem ao seu regime, é a última pessoa que nos pode pregar a moralidade".

Em comunicado, o líder de Israel acusou ainda Erdogan de acolher os líderes do Hamas e voltou a defender a operação militar em Gaza. O exército israelita "está a lutar para eliminar a organização terrorista mais hedionda e brutal do mundo", declarou, acrescentando que o Hamas "cometeu crimes contra a humanidade".
“Todas as instituições falharam”
Mais tarde, em declarações à estação de televisão turca TRT, o presidente da Turquia lançou críticas ao Conselho de Segurança das Nações Unidas e aos meios de comunicação social, alegando que "todas as instituições que servem como apóstolos da democracia falharam".

Desde o reacender do conflito no Médio Oriente que o chefe de Estado turco, antigo aliado da causa palestiniana, tem agravado os seus discursos contra Israel, denunciando igualmente o apoio dos Estados Unidos ao Governo israelita.A Turquia defende uma solução de dois Estados para o conflito israelo-palestiniano.

Recep Tayip Erdogan considera que Israel é um Estado "terrorista" e "genocida" devido aos intensos bombardeamentos em Gaza, levados a cabo pelo exército em retaliação contra o massacre de cerca de 1.140 pessoas, na sua maioria civis, pelo Hamas a 7 de outubro deste ano.

Nestas operações militares em Gaza, mais de 21.100 pessoas, na sua maioria civis, foram mortas. Outras 55.243 ficaram feridas, de acordo com um novo relatório divulgado esta quarta-feira pelo Ministério da Saúde do Hamas.

c/ agências

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